daniel buenoAs pesquisas são promissoras. Já foram produzidos dentes provenientes de células-tronco adultas, mas só será possível usá-los como terapia depois que testes validarem sua segurança biológica. O primeiro passo foi desenvolver tecidos dentários a partir de células de germes de dentes (dentes que ainda não emergiram) de porcos inseridas em ratos sem imunidade. O resultado positivo permitiu avançar para um segundo modelo experimental, em que um indivíduo (rato) doa para si mesmo. Foram obtidas estruturas dentárias organizadas, como dentina, esmalte, polpa, cemento (camada que recobre a raiz) e ligamento periodontal. Agora os estudos chegaram às células humanas. Células de germes de dentes humanos foram implantadas em animais imunossuprimidos. Os pesquisadores estudam qual o melhor meio de cultura para que não haja mutação, os locais mais adequados para a retirada de células-tronco e o melhor material para desenvolver o dente. Eles pretendem semear as células num molde sob medida, que poderá ser feito de um polímero biodegradável com auxílio de técnicas computacionais para definir a forma de canino, incisivo ou molar. Na medida em que as células se diferenciarem a partir de sinalizações moleculares, o molde será absorvido. Depois de todas essas etapas concluídas, virá a fase das normas regulatórias para colocar em prática essa tecnologia. Quando? Ainda não se arrisca uma previsão.
Mônica Duailibi e Silvio Duailibi
Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
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