Cansados ou excluídos? O texto “Saindo de cena: parlamentares que desistem da disputa eleitoral (1990-2006)”, de Renata Florentino, da Universidade de Brasília, mapeia perfis de políticos que tendem mais frequentemente a abandonar a carreira eleitoral. A pesquisa abarca as eleições legislativas de 1990 a 2006, observando o perfil de deputados e senadores que recusaram a condição de “candidatos natos” e optaram por não disputar a reeleição nem concorrer a cargos considerados mais altos. São incluídos na análise também os políticos que disputaram cargos considerados de menor prestígio do que os anteriormente exercidos, de modo a evidenciar trajetórias malsucedidas e compará-las com os casos em que a desistência do mandato é total. Esse grupo de parlamentares constituiria, à primeira vista, a exceção da conhecida formulação de que os políticos são progressivamente ambiciosos. Em linhas gerais, observou-se que os políticos que recuam na disputa eleitoral, seja permanentemente, seja com pequenas estratégias de continuação, pertencem a grupos que: 1) já esgotaram de alguma forma sua participação e influência no jogo político (exposição em escândalos, idade avançada, participação em grupos sociais em decadência); 2) ou que ainda não conseguiram penetrar no campo político com a mesma desenvoltura de seus pares (mulheres, estreantes de primeiro mandato ou suplentes e parlamentares de bancadas muito pequenas).
Revista de Sociologia e Política – v. 16 – nº 30 – Curitiba – jun. 2008
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(http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104 44782008000100005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)