O desenvolvimento de um motor elétrico linear para acionamento de próteses de mão e antebraço em amputados poderá ajudar os usuários a se livrar de um problema incômodo, o barulho. Isso porque nesse tipo de aplicação são empregados motores elétricos de corrente contínua – em que o eixo é giratório. Mas, para que o motor seja mais eficiente, o movimento rotacional é convertido em linear por roldanas e engrenagens, que provocam ruídos. “O uso de um motor elétrico linear dispensa as adequações mecânicas [roldanas e engrenagens], eliminando o barulho gerado por elas”, diz a engenheira eletricista Aline Juliani, que propôs o desenvolvimento de um motor linear tubular para próteses como tema do seu doutorado na Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, orientado pelo professor Diógenes Pereira Gonzaga. “Além disso, ele é mais resistente e não necessita de manutenções periódicas.” Para testar o funcionamento do motor linear, Aline construiu o protótipo de uma prótese de um dedo. Colaborou para os bons resultados um estágio de quatro meses que ela fez no Instituto de Máquinas Elétricas da Universidade de Aachen, na Alemanha, um centro de excelência em pesquisa na área de máquinas elétricas. Na mesma universidade, no Instituto Helmholz de Biomedicina, Aline usou um programa que viabiliza o equacionamento das juntas dos dedos para fazer o movimento do fechamento da mão. Embora aspectos importantes do motor já tenham sido atingidos, ainda será necessário aprimorar o dispositivo para uso em uma prótese de membro superior.
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