
Matheus Fernandes Gadelha e Rodrigo Temp Müller / UFSMFêmur fossilizadoMatheus Fernandes Gadelha e Rodrigo Temp Müller / UFSM
Os dinossauros que habitam o imaginário atual ainda não existiam há cerca de 237 milhões de anos, mas um pequeno silessaurídeo já corria por onde hoje são campos gaúchos. O fóssil recém-descrito, batizado de Gondwanax paraisensis, destaca-se por ser um dos mais antigos existentes e por permitir observar características específicas do animal. “O osso sacro é mais avançado, com pelo menos três vértebras, e apresenta uma condição clássica dos dinossauros, que não esperávamos encontrar em um animal tão antigo”, explica o paleontólogo Rodrigo Temp Müller, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O fêmur, de menos de 15 centímetros de comprimento, também exibe uma saliência chamada de quarto trocanter, que serve para ancorar os músculos que ligam a perna à cauda e aparece mais desenvolvido nos dinossauros propriamente ditos. Essas características evidenciam que os silessaurídeos estariam experimentando diferentes modos de locomoção. “Uma das coisas mais interessantes nos dinossauros é que eles acabaram se tornando animais bípedes e corredores; isso já é visível na origem do grupo”, enfatiza o pesquisador (Gondwana Research, setembro).

Matheus Fernandes Gadelha e Rodrigo Temp Müller / UFSMRepresentação artística de G. paraisensisMatheus Fernandes Gadelha e Rodrigo Temp Müller / UFSM