Pela primeira vez na história do país, estudantes pretos e pardos são maioria entre os matriculados em instituições públicas de ensino superior. Essa parcela da população também apresentou melhoras nos índices educacionais, tendo ampliado suas taxas de acesso e permanência, segundo dados da pesquisa Desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil, divulgada em novembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2018, pretos e pardos eram 50,3% dos estudantes no ensino superior público. Apesar do avanço, permanecem sub-representados, uma vez que são 55,8% da população brasileira. De 2016 a 2018, passou de 50,5% para 55,6% a proporção de jovens pretos ou pardos com idade entre 18 e 24 anos cursando o ensino superior (etapa adequada à faixa etária). Mesmo assim, ela é bem inferior à taxa registrada entre jovens brancos (78,8%). Também houve redução (de 30,8% para 28,8%) na taxa de jovens pretos ou pardos dessa faixa etária com menos de 11 anos de estudo e sem frequentar a escola. Em 2018, o percentual equivalente para os brancos foi de 17,4%. Na faixa etária dos 20 aos 22 anos, 61,8% dos indivíduos pretos ou pardos haviam concluído o ensino médio, ante 76,8% dos brancos. A taxa de analfabetismo de pretos ou pardos com 15 anos ou mais apresentou pequena redução: de 9,8% em 2016 para 9,1% em 2018 – entre brancos é 3,9%. O levantamento também mapeou desigualdades no mercado de trabalho. Pretos e pardos representavam 64,2% da população desocupada e 66,1% da subutilizada em 2018. Os brancos têm rendimento médio mensal 74% superior ao de pretos ou pardos.
Republicar