Imprimir PDF Republicar

Tecnociência

Rapidez no diagnóstico

DANIEL NEVESPlaca com tubos recebe o soro do paciente. Dentro estão microesferas recobertas com antígenos das doenças e material fluorescente. O tubo é colocado diante dos dois feixes de laser que identificam ou não a doença.DANIEL NEVES

Um equipamento de diagnóstico capaz de detectar até 100 doenças em apenas meia hora, chamado de multiteste, está sendo desenvolvido por um consórcio formado pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Rio de Janeiro, Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás),  Instituto Carlos Chagas (ICC), da Fiocruz do Paraná, Instituto de Tecnologia e Instituto de Biologia Molecular, ambos do Paraná. O multiteste é dotado de uma placa com pequenos poços onde se colocam o soro e minúsculas esferas de cinco micrômetros de diâmetro cada uma (um micrômetro equivale a um milímetro dividido por mil) recobertas por antígenos (proteínas) dos vetores das doenças como fungos, bactérias ou vírus. Dois tipos de feixes de laser sobre o soro completam o teste mostrando se o exame é positivo ou negativo. O resultado aparece por meio da reflexão da cor de cada microesfera iluminada com o laser quando ativada por um anticorpo do paciente. A montagem do equipamento utiliza tecnologia da empresa norte-americana Luminex, como as microesferas e os lasers. O consórcio brasileiro desenvolveu o software que faz a integração do equipamento. “Também produzimos os reagentes, os antígenos e a formulação do teste”, explica Marco Aurélio Krieger, pesquisador do ICC e coordenador do projeto. “Atualmente estamos desenvolvendo um protótipo no ICC e os equipamentos de automação do teste estão sendo validados no Biomanguinhos”, diz Augusto César de Carvalho, diretor de Assuntos Estratégicos da Hemobrás. “Até junho de 2010 está previsto um estudo piloto na triagem de bolsas de sangue no Hemocentro do Paraná. Depois haverá um estudo em três estados do país ainda a serem definidos”. O desenvolvimento do equipamento recebeu até agora R$ 15 milhões do Ministério da Saúde e mais R$ 2 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Republicar