Em busca de répteis e anfíbios durante uma caminhada noturna, estudantes de pós-graduação do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) encontraram uma pequena serpente papa-lesma (Dipsas catesbyi) e decidiram documentar em vídeo seu comportamento habitual de esconder a cabeça quando ameaçada. A grande surpresa, ao manusear o animal, não foi a reação mais agressiva (para uma criatura tão tímida) de se desenrolar e abrir a boca. Foi ouvi-la emitir um som como um pio. “Fizemos o primeiro registro desse comportamento para qualquer serpente na América do Sul”, comemora o biólogo Igor Yuri Fernandes, estudante de doutorado que operava a câmera. “Depois da publicação, vários pesquisadores e entusiastas em história natural comentaram já ter ouvido vocalizações em tipos variados de serpentes.” Aparentemente, trata-se de uma indicação de que, embora esses répteis não gritem com frequência, eles têm essa capacidade. Com o registro público, aumenta o estímulo para ampliar a documentação (Acta Amazonica, newsletter do Inpa, 16 de outubro).
BIOLOGIA
Serpente que grita
Entrevista: Igor Yuri Fernandes
00:00 / 07:55