O Centro de Previsão Climática da Administração Oceânica e Atmosférica (Noaa), dos Estados Unidos, relatou no início de junho o surgimento do El Niño, o aquecimento das águas superficiais do Pacífico equatorial acima da média histórica. As mudanças já registradas neste ano no oceano e na atmosfera tornam provável a ocorrência desse fenômeno durante o próximo inverno no hemisfério Norte (verão no Brasil). De acordo com o comunicado, a chance de um El Niño forte é de 56% e de um moderado de 84%. Talvez seja um dos mais intensos das últimas três décadas. O El Niño e a La Niña, o evento inverso, de resfriamento do Pacífico, integram o mesmo fenômeno chamado El Niño Oscilação Sul (Enos), que provoca mudanças nos padrões globais de transporte de umidade, aumentando a pluviosidade em algumas regiões e reduzindo-a em outras: o clima da Oceania e de leste e sul da África fica mais quente e seco, enquanto nos Estados Unidos o inverno é menos rigoroso. Em maio, o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) alertou sobre a formação do El Niño e seus prováveis efeitos no Brasil até o final deste ano: temperaturas mais altas e menos chuva nas regiões Norte e Nordeste e mais chuva nas regiões Sudeste e Sul (Inpe, 24 de maio; Noaa, 8 de junho).
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