
Murray Foubister / Wikimedia CommonsO contraste entre as temperaturas da superfície pode agravar tempestades como esta, na Austrália, em 2009Murray Foubister / Wikimedia Commons
Em 2024, a África Ocidental e Central sofreu as piores inundações dos últimos anos, com mais de mil mortes e 500 mil desabrigados. Chuvas fortes na Índia danificaram cerca de 800 casas, feriram 300 pessoas e mataram cinco. Na Argentina, em março deste ano, uma tempestade matou 13 pessoas, desabrigou mais de mil e destruiu estradas e pontes. O Centro de Ecologia e Hidrologia do Reino Unido (UKCEH) mostrou que a umidade do solo cresce ou diminui muito entre lugares a centenas de quilômetros de distância, aumentando a área e a quantidade de chuvas em até 30% e agravando seus efeitos, como nessas regiões. Um maior contraste na umidade do solo aumenta as diferenças de temperaturas do ar, muda a direção ou velocidade do vento e produz chuvas em uma área maior. As conclusões se apoiam em análises de 20 anos de dados de satélite sobre tempestades e umidade do solo na África Ocidental, África do Sul, Índia e América do Sul. Como as condições de superfície que influenciam a precipitação podem ser observadas de dois a cinco dias antes de uma tempestade se formar, seria possível disparar alertas de inundações repentinas e evitar perdas humanas e materiais (Nature Geoscience, 4 de abril).
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