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Boas práticas

Tanzânia cria recompensa para pesquisadores que consigam publicar artigos em revistas de renome

O governo da Tanzânia, país do leste da África, instituiu um Prêmio de Excelência à Pesquisa que oferece 50 milhões de xelins tanzanianos, o equivalente a pouco mais de R$ 100 mil, a cientistas do país que consigam publicar um artigo em alguma revista de prestígio internacional. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Educação do país disponibilizou 1 bilhão de xelins para o programa, o que permite premiar até 20 autores. É possível inscrever nesse prêmio artigos originais ou de revisão das áreas de ciências naturais, matemática ou medicina, publicados entre 2022 e 2023 em periódicos que estejam entre os 10% mais citados de suas disciplinas.

Maulilio Kipanyula, diretor de ciência, tecnologia e inovação do ministério, disse à revista Nature que a estratégia foi inspirada em países como África do Sul, Irlanda, Austrália e Paquistão, que remuneram pesquisadores para ampliar a produção do país em revistas de renome. A estratégia, contudo, é considerada controversa. A China já manteve um esquema semelhante, mas abandonou-o após décadas de uso, diante das evidências de que o estímulo financeiro estava ligado ao aumento nos casos de má conduta praticados por pesquisadores, que tentavam a qualquer custo ampliar suas chances de publicação.

A economista norte-americana Paula Stephan, da Universidade do Estado da Georgia, em Atlanta, que estuda como incentivos monetários afetam o desempenho de publicações, afirmou à Nature que o programa tanzaniano tem um mérito: se limita a áreas que foram definidas como relevantes pelo governo do país.

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