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Dados

Taxas de conclusão e evasão no doutorado e os efeitos da pandemia

  • Estudo anterior (ver Pesquisa FAPESP nº 313) mostrou a expressiva redução do número de titulados em programas de doutorado no Brasil a partir de 2020, como efeito da pandemia de Covid-19. O que se pretende avaliar agora é se essa retração teria sido acompanhada pelo aumento da evasão de alunos desses programas
  • A forma mais precisa de estimar a evasão é pelo acompanhamento, ao longo do tempo, dos ingressantes em determinado ano
  • O gráfico abaixo mostra o que ocorreu com a turma de ingressantes no doutorado em 2013. Composta originalmente por 27.114 estudantes, sua situação já teria se estabilizado em 2021, após oito anos do início do curso, permitindo estimar as taxas finais de conclusão e de evasão
  • A taxa de conclusão (titulados/ingressantes) da turma de 2013, em 2021, era de 85%, com 14% de evasão e 1% de matriculados remanescentes. Progressões semelhantes são observadas para as turmas que ingressaram em 2014 e 2015
  • Para avaliar os efeitos da pandemia sobre essas taxas, comparou-se a evolução das turmas ingressantes em 2015 e 2017, até o 5º ano de matrícula, quando, conforme o gráfico da turma de 2013, cerca de 70% dos estudantes deveriam ter sido titulados
  • Como esperado, observa-se que cerca de 70% dos estudantes da turma de 2015 haviam se titulado até o 5º ano de matrícula, enquanto apenas 50% daqueles da turma de 2017 estariam nessa situação. Nesse último caso, o 4º e o 5º anos de matrícula ocorreram já durante a pandemia
  • No entanto, essa retração não foi acompanhada pelo aumento da parcela dos evadidos (os que abandonaram ou foram desligados do programa), que se manteve praticamente igual em ambas as turmas, no 5º ano, em cerca de 10%
  • Por outro lado, a fração de quem se manteve matriculado aumentou muito, praticamente dobrando entre as duas turmas (de 20% para 40%), no 5º ano de matrícula, compensando a queda na titulação
  • Em conclusão, a pandemia começou a impactar negativamente o número de titulados de turmas recentes, mas não há evidências de aumento expressivo das evasões, que vêm sendo contidas pela manutenção de estudantes na situação de matriculados

Fontes Microdados da base Sucupira, Capes/MEC, baixados em janeiro/2023. Elaboração FAPESP, DPCTA/Gerência de Estudos e Indicadores

 

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