O vitiligo, despigmentação progressiva da pele que a deixa esbranquiçada, ainda não foi totalmente desvendado. Não se conhecem todas as suas causas nem tratamentos absolutamente eficazes. Agora, um trabalho apresentado como tese de doutorado na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) pelo professor Carlos Santos Machado, da Faculdade de Medicina do ABC, mostrou que há possibilidade de se obterem melhores resultados estéticos. Em vez de recortar fragmentos de pele do tamanho de confetes e implantar na pele, Machado raspa pedaços da epiderme normal (pigmentada) e aplica na região despigmentada. A parte ralada se reconstitui normalmente”, diz o médico. No tratamento anterior, a pele ficava com uma pequena elevação no local da aplicação, como se fosse uma verruga, e o aspecto não era bom. Há, ainda, outro tratamento, que consiste em retirar parte da pele normal e reproduzi-la em laboratório, procedimento extremamente caro, além de ser experimental. Uma das principais vantagens da técnica desenvolvida por Machado é o preço, até dez vezes menor que o realizado em laboratório. “Um tratamento em uma área de 20 centímetros quadrados de pele custa por volta de R$ 350,00”, diz. A limitação é que ele só pode ser realizado em pequenas áreas a cada sessão e nos casos em que a doença não esteja progredindo. Machado afirma que ainda não existe um método ideal contra a doença, mas uma série de procedimentos que se completam. “Os métodos que utilizam transplante agem apenas nos efeitos e não nas causas”, explica. “Mesmo assim, em alguns casos a cor não volta.”
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