A primeira cana transgênica da Alellyx e da Canavialis, empresas de biotecnologia da Votorantim Novos Negócios, já está plantada em estações experimentais no interior paranaense. Os testes em campo irão determinar se a variedade transgênica se mantém resistente ao vírus do mosaico, como verificado em laboratório. A planta recebeu um gene retirado do próprio vírus causador da doença, responsável pela queda de produtividade nas lavouras. A variedade utilizada no projeto, a Co740, importada da Índia, foi bastante cultivada em solos férteis, principalmente no Paraná, nas décadas de 1960 e 70. “Era uma variedade de alta produtividade e excelente qualidade de caldo, mas deixou de ser cultivada por ser muito suscetível ao vírus do mosaico da cana”, relata Sizuo Matsuoka, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Canavialis. Para eliminar o vírus, as duas empresas de biotecnologia começaram a trabalhar no projeto em setembro de 2003. A Alellyx construiu o gene que confere resistência e o introduziu na variedade indicada pela Canavialis. O projeto, que tem custo de R$ 1 milhão, deve ficar dois anos em campo fazendo testes em áreas próximas às regiões onde a variedade indiana foi cultivada décadas atrás. “Só depois deve-se pensar em um pedido de liberação comercial, que é uma nova etapa”, diz Matsuoka. As plantas resistentes ao vírus do mosaico que mantenham as características da planta original são consideradas uma boa opção, no meio e fim de colheita, para os produtores que trabalham com colheita mecanizada em áreas de solos férteis.
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