O Brasil, com 33.161 espécies, e a Colômbia, com 23.104, lideram um levantamento recém-publicado sobre a diversidade nas Américas de plantas vasculares, que incluem aquelas com flores e as samambaias (Science, 22 de dezembro de 2017). Coordenado por Carmen Ulloa Ulloa, do Jardim Botânico de Missouri, nos Estados Unidos, o trabalho indicou que as Américas abrigam 124.933 espécies de plantas vasculares, distribuídas em 6.227 gêneros e 355 famílias. O total corresponde a um terço das espécies desse grupo, que compreende a maioria das plantas terrestres já identificadas. Há mais plantas vasculares na América do Sul (82.052 espécies, das quais 73.552 são endêmicas) do que na América do Norte (51.241, com 42.941 exclusivas); apenas 8.300 espécies vivem nos dois continentes. Outras comparações: a flora da América do Sul é 6% maior que a da África, cuja área é duas vezes maior, e a da China é o dobro do que a dos Estados Unidos e do Canadá. As orquídeas representam o grupo mais diversificado nas Américas, com 12.983 espécies distintas. Segundo o estudo, em média, 744 espécies novas para a ciência são descritas por ano e ainda existem de 3,5 mil a 7 mil por serem descritas no Brasil. Diferenças de relevo, clima e altitude ajudam a entender essa diversidade, de acordo com a botânica Rafaela Campostrini Forzza, pesquisadora do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e coautora do estudo. “Esse levantamento é o resultado de um trabalho lento e colaborativo para a elaboração das listas de cada país, que começou há 30 anos, e dos compromissos internacionais, como a Convenção da Diversidade Biológica (CDB), que ajudaram a motivar e a integrar as equipes”, diz ela.
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