O Conselho Nacional de Avaliação de Má Conduta em Pesquisa (NPOF), agência criada em 2020 pelo governo da Suécia para zelar pela integridade científica no país, divulgou um balanço sobre seu primeiro ano de atividade. No total, foram abertas 46 investigações. Dessas, 25 já foram concluídas: quatro pesquisadores foram considerados culpados por má conduta e 10 inocentados. Onze casos não chegaram a ser avaliados por estarem fora da competência do órgão. Margaretha Fahlgren, pesquisadora da Universidade de Uppsala que tem assento no NPOF, disse à revista Nature que vários casos encaminhados à agência envolviam disputas entre alunos de doutorado e seus orientadores, o que foge do escopo da agência. “Esse é um problema com o ambiente de trabalho, e não propriamente má conduta”, afirmou.
Os casos estão vinculados a quase todas as áreas de pesquisa – exceto ciência agrícola e veterinária –, mas a grande maioria deles veio dos campos da medicina, saúde e ciências naturais, com 30 investigações. Plágio e falsificação de dados foram as acusações mais frequentes.
Em duas das quatro condenações, os pesquisadores apelaram à Justiça. A biomédica Karin Dahlman-Wright, ex-vice-presidente do Instituto Karolinska, foi considerada culpada por manipulação de imagens em quatro artigos científicos, mas apelou a um tribunal administrativo que reverteu a decisão da agência ao considerar que ela não agiu com negligência. Também houve apelação em um caso que envolve 13 pesquisadores de ciência dos materiais e nanotecnologia da Universidade de Linköping, por fabricação de resultados de raios X em quatro trabalhos, mas o resultado ainda não foi proferido.
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