A introdução de um único gene numa linhagem de células humanas do endotélio, a camada que reveste os vasos sanguíneos, ativou ao menos seis genes de extrema importância para os processos de reprogramação celular. Pesquisadores do Centro de Terapia Celular e do Hemocentro da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto inseriram o gene Nanog nas células endoteliais e viram que, apenas com essa alteração, os genes Sox2, FoxD3, Oct4, Klf4, c-myc e β-catenin passaram a ser expressos (ativados) por esse tipo de tecido (Celullar Reprogramming, junho de 2012). O Nanog é um gene muito ativo nas células-tronco embrionárias (CTEs) e está associado à capacidade que essas células têm de gerar vários tipos de tecidos e de se autorrenovar. De difícil cultivo em laboratório por sucessivas gerações, as células endoteliais normalmente não usam ou usam muito pouco esses seis genes. Com a implantação do Nanog ou de outros genes, essa limitação pode vir a ser contornada ou minimizada. “Estamos tentando entender qual é o papel específico do Nanog e de cada um desses genes ligados à pluripotência das CTEs”, explica Virgina Picanço-Castro, uma das autoras do estudo. O próximo passo é introduzir outros genes em células do endotélio e observar quais são os resultados.
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