A incerteza de investimentos em infraestrutura e dificuldades de negociação barraram a possibilidade de construção no Uruguai, como previsto inicialmente, do radiotelescópio Bingo, um projeto internacional liderado por físicos de São Paulo que vai examinar os efeitos da interação entre o hidrogênio e a radiação eletromagnética (ver Pesquisa FAPESP nº 252). No início de setembro, durante a reunião anual da Sociedade Astronômica Brasileira, o físico Carlos Alexandre Wuensche, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e um dos coordenadores do projeto, anunciou que o telescópio deverá ser construído em um vale da serra do Urubu, no município de Aguiar, oeste da Paraíba. Segundo Wuensche, o lugar foi escolhido em conjunto com pesquisadores da Universidade Federal de Campina Grande e os R$ 12 milhões obtidos por meio de financiamento da FAPESP poderão cobrir a maior parte dos custos do projeto, do qual participam pesquisadores e instituições do Brasil, Uruguai, Reino Unido, da Suíça e China. Medições indicaram que a serra do Urubu é praticamente livre de interferências externas e um bom lugar para abrigar o Bingo.
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