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BOAS PRÁTICAS

Universidade Columbia cai em ranking ao corrigir dados superestimados

A Universidade Columbia, em Nova York, reconheceu que enviou dados incorretos sobre o tamanho de turmas e credenciais de seu corpo docente para o ranking da revista U.S. News & World Report, publicado anualmente desde 1983 e usado por milhares de estudantes como referência para escolher em quais instituições norte-americanas irão se candidatar a uma vaga. De acordo com a universidade, foram superestimados o número de turmas de graduação com menos de 20 alunos e a parcela de professores em período integral com nível de doutorado. Com a correção dos dados, a instituição caiu do 2º para o 18º lugar no ranking. “Lamentamos profundamente as deficiências em nossos relatórios anteriores e estamos comprometidos em fazer melhor”, disse a reitora da Universidade Columbia, Mary Boyce, segundo o jornal The Washington Post. “Qualquer coisa aquém da precisão completa dos dados que relatamos é inconsistente com os padrões de excelência de Columbia.”

Várias informações sobre a instituição haviam sido contestadas em fevereiro por Michael Thaddeus, professor de matemática da própria universidade e especialista em geometria algébrica. Em relatório publicado em seu site, ele afirmou ter identificado outras discrepâncias, além das que foram reconhecidas. Por exemplo, a Columbia indica que sua proporção de alunos por professor é da ordem de 6 para 1, quando, segundo Thaddeus, essa razão seria de algo entre 8 e 11 para 1. A instituição também afirma gastar US$ 3,1 bilhões anualmente com despesas operacionais, mais do que Harvard, Yale e Princeton juntas. Para Thaddeus, esse valor é implausível. Na época, a direção da universidade negou que houvesse erro nas informações. “É difícil acreditar que isso foi um erro inadvertido ou uma questão menor de metodologia”, afirmou Thaddeus. “Provavelmente, alguém na universidade sabia que havia uma séria deturpação. Se havia, quem foi?”, indagou.

O caso reacendeu o debate sobre a precisão de rankings universitários, que trabalham com muitos dados fornecidos pelas próprias instituições e necessitam verificar sua validade. No ano passado, Moshe Porat, ex-diretor da Escola de Negócios Fox da Universidade Temple, na Filadélfia, Pensilvânia, foi processado por fraudar informações enviadas à mesma U.S. News sobre programas de pós-graduação profissionais MBA (Master in Business Administration) da instituição, como a experiência profissional dos alunos e o número de estudantes que faziam os cursos em meio período (ver Pesquisa FAPESP nº 304). Em 2012, o Claremont McKenna College, em Claremont, Califórnia, reconheceu que havia informado incorretamente estatísticas sobre admissões.

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