A Universidade de Connecticut (UConn), nos Estados Unidos, notificou em janeiro 11 periódicos científicos que publicaram estudos sobre vinho tinto e longevidade pedindo a anulação de artigos já veiculados. O acusado é Dipak Das, cientista indiano que era diretor do Centro de Pesquisa Cardiovascular do Centro de Saúde da universidade. “Temos a responsabilidade de corrigir os registros científicos e informar pesquisadores de todo o país”, disse Philip Austin, vice-presidente para assuntos de saúde da instituição. Verbas federais no montante de US$ 890 mil para as pesquisas de Dipak Das foram recusadas pela UConn.
A investigação sobre o trabalho do cientista indiano começou em 2009 depois que o Office of Research Integrity – órgão federal de fiscalização de integridade de pesquisas em saúde – avisou a UConn sobre uma denúncia envolvendo um artigo publicado pelo laboratório de Das. Os problemas referem-se mais especificamente à manipulação de experimentos com os testes chamados western blots, que indicam a presença e quantidade de determinadas proteínas no sangue. Já a relação entre vinho e benefícios à saúde é objeto de estudo em todo o mundo, com resultados variados.
A investigação da UConn produziu um relatório de 60 mil páginas sobre 145 acusações de falsificação de informações publicadas em 23 artigos. Outros pesquisadores que trabalharam com Das poderão ser acusados de má conduta. Ele nega as acusações, diz que cientistas de outras instituições chegaram às mesmas conclusões que ele e reclama de discriminação por ser indiano. Além da investigação da UConn, o Office of Research Integrity abriu uma apuração própria sobre o caso.
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