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Infectologia

Vírus perigosos em peles de animais

KKPCW / Wikimedia CommonsCão-guaxinim, criado aos milhões em fazendas na ChinaKKPCW / Wikimedia Commons

Cães-guaxinim, visons e ratos-almiscarados, criados aos milhões em fazendas da China para produção de peles e às vezes para alimento, também são potenciais reservatórios de patógenos emergentes. Uma equipe que reuniu pesquisadores da China, Bélgica, Suécia e Austrália examinou órgãos de 461 animais de pele encontrados mortos devido a doenças e descobriu 125 espécies de vírus, incluindo 36 novas e 39 com risco potencialmente alto de transmissão entre espécies. De acordo com o virologista britânico Edward Holmes, da Universidade de Sydney, na Austrália, que participou do estudo, o vírus mais preocupante pode ser o coronavírus HKU5, originário do morcego comum e encontrado em visons que morreram de pneumonia; esse vírus está relacionado com a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), que matou quase 900 pessoas desde 2012 em 27 países. “A criação de animais para produção de peles é uma forma óbvia pela qual um coronavírus pandêmico, ou um vírus da gripe, pode surgir em humanos”, comentou ao jornal El País. As amostras foram recolhidas entre 2021 e 2024 em mais de uma dezena de províncias, especialmente as quatro com maior produção de peles – Hebei, Shandong, Heilongjiang e Liaoning, no nordeste do país (El País e Nature, 4 setembro).

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