arquivo pessoalA bióloga paulista Carolina Nalon estava prestes a concluir sua iniciação científica no Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) quando embarcou para um estágio de curta duração no Jardim Botânico Old Westbury Gardens, em Nova York, Estados Unidos. O período no exterior foi produtivo, ela conta, mas não a convenceu sobre um futuro como pesquisadora. Aos 23 anos e diante da pressão de decidir sua carreira, resolveu, nas últimas semanas no exterior, inscrever-se em um curso de coaching – palavra inglesa para treinamento –, em que profissionais orientam pessoas no sentido de potencializar seus recursos técnicos e emocionais para atingir metas, solucionar problemas e desenvolver habilidades específicas.
Carolina começou o curso quando voltou ao Brasil, tentando conciliar a atividade com a redação de seu trabalho de conclusão da graduação. No entanto, durante as primeiras aulas, percebeu que havia se inscrito em um curso destinado à formação de coaches [treinadores ou mentores] por engano. “Decidi fazer o curso até o fim, já que tinha investido um bom dinheiro nisso”, conta. Após a graduação, concluída em 2011, ela começou a dar aulas de inglês e a fazer algumas experiências em coaching. Aos poucos, conhecidos começaram a procurá-la. “Cobrava um valor quase simbólico e atendia os clientes em casa”, ela relembra.
Em 2011, Carolina foi para Columbus, nos Estados Unidos, para trabalhar em um programa de intercâmbio internacional da Universidade Estadual de Ohio especializado em estágios em horticultura, agricultura, vinícola, entre outros. “Fui chamada pela instituição norte-americana para orientar estagiários brasileiros que iam para lá”, diz. Durante o período, conseguiu novos clientes nos Estados Unidos e no Brasil. Trabalhava via Skype. Em 2012, ao voltar dos Estados Unidos, resolveu investir de vez nessa área. Sem experiência em empreendedorismo, fez um curso de marketing, criou um plano de negócios e, em 2012, aos 26 anos, lançou sozinha a Tiê Coaching.
Carolina montou workshops e palestras, apresentando estratégias de comunicação e treinamento sobre como se relacionar de uma forma compassiva, honesta e empática para indicar como essas qualidades podem auxiliar na resolução de conflitos no ambiente empresarial e acadêmico. Várias empresas se interessaram pelo trabalho, como Natura, Pfizer e Bayer. Entre 2012 e 2013, ela expandiu o negócio e começou a produzir cursos on-line com apostilas e material complementar. Foi quando mudou o nome da empresa para Instituto Tiê.
Mais recentemente, desenvolveu workshops para alunos de pós-graduação do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) a convite do biólogo Glauco Machado, coordenador do curso de campo de ecologia na Mata Atlântica. “A proposta foi orientá-los no sentido de conseguirem lidar com as pressões e frustrações da vida acadêmica e como se comunicar melhor com colegas e professores”, explica Carolina.
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