Quando esteve recentemente no Brasil, o pesquisador Daniel Nahon, conselheiro do ministro francês da Educação, da Pesquisa e da Tecnologia, Claude Allègre, e novo presidente do Comitê Francês de Avaliação de Cooperação Universitária com o Brasil (Cofecub), disse que seu país vai desenvolver pelos próximos dez anos uma intensa política de atração de estudantes estrangeiros. “Queremos que pelo menos um terço de nossos estudantes sejam estrangeiros. E esperamos atrair muitos brasileiros”, comentou durante longa entrevista concedida à Pesquisa FAPESP e que será publicada na próxima edição da revista.Justificativa para essa política, com certa dose de preocupação:”As universidades francesas têm cada vez menos inscritos em disciplinas científicas fundamentais”.
A preocupação, ao que tudo indica, não é apenas francesa. A julgar por uma matéria enviada pelo correspondente de O Estado de S. Paulo em Paris,Napoleão Sabóia, publicada no dia 25 de outubro, elas e alastra por vários países europeus e atinge mesmo a maior potência científica do planeta, os Estados Unidos. Entre outras informações, ele conta que o conselheiro Didier Cunha, despachado por Allègre a Washington para avaliar a situação, declarou após a visita o seguinte: “O colega que assessora o presidente Clinton nas questões de ciência e tecnologia me disse que daqui a cinco anos os americanos não terão mais professores de Matemática e de Física em número suficiente”. Contra isso, os Estados Unidos estão tratando de definir uma política para atração de estrangeiros com formação científica,semelhante à que adotaram nos anos 70 e 80 em relação a matemáticos e outros especialistas da Índia.
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