EDUARDO CESARAtualmente, entre as principais doenças vetoriais no Brasil sujeitas a controle, estão: dengue, malária, leishmaniose, doença de Chagas, febre amarela, esquistossomose, peste e febre do Oeste do Nilo. De acordo com o estudo “Perspectivas de controle de doenças transmitidas por vetores no Brasil”, de Pedro Luiz Tauil, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB), os programas mais importantes, pelo volume de recursos que movimentam, são o de controle da malária e da dengue. “A análise do controle de doenças transmitidas por vetores no Brasil necessita considerar três aspectos: a urbanização da população, a transformação do caráter eminentemente rural dessas doenças em concomitante transmissão urbana e a descentralização do controle para municípios. A imensa maioria da população (80%) está vivendo nas cidades?, aponta o trabalho. Tauil mostra que algumas doenças passaram rapidamente a ser transmitidas em áreas urbanas graças à rápida emergência de seus vetores nessas áreas, principalmente a dengue, a leishmaniose visceral e a malária. “Há dificuldades para o controle dessas doenças, pois as atividades em áreas rurais são operacionalmente mais efetivas, atingem coberturas mais elevadas e são mais bem aceitas pela população do que as exercidas em áreas urbanas”, descreve o pesquisador. Segundo ele, a descentralização do controle para os estados e municípios está em implementação, apesar das dificuldades, pois o controle vetorial não fazia parte da prática dos órgãos federativos. “Para um controle mais efetivo, há necessidade de determinação política, ações multissetoriais e uso racional de inseticida”, afirma.
Revista da Soc. Bras. de Medicina Tropical vol. 39, nº 3, Uberaba, mai./jun. 2006
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