Médicos do Rio Grande do Sul descobriram uma forma de identificar os casos em que há maior risco de as placas de gordura (ateromas) e os coágulos sangüíneos que se formam no interior das artérias carótidas se desprenderem e provocarem um acidente vascular encefálico, morte de áreas do cérebro ou de outros órgãos que formam o encéfalo por entupimento dos vasos que os irrigam. E não inventaram nada novo. Liderados pelo cirurgião Luciano Cabral Albuquerque, da PUC do Rio Grande do Sul, e pelo cardiologista Luis Eduardo Rohde, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, os médicos usaram uma técnica adotada para fazer imagens do interior do corpo, a ressonância magnética nuclear, para ver o que se passava nas artérias do pescoço de 70 pacientes – a maior parte com hipertensão e graus diversos de entupimento das carótidas. Na ressonância, a equipe notou sinais de sangramento nos ateromas, o que os torna instáveis e aumenta o risco de coágulos ou pedaços de gordura se desprenderem e entupirem vasos do encéfalo (Journal of Vascular Surgery). Associada ao exame de sangue chamado proteína C reativa, a ressonância permitiu identificar a instabilidade dos ateromas, responsável por um terço dos acidentes vasculares encefálicos. Se adotada nos hospitais, essa estratégia pode ajudar a reduzir as 90 mil mortes por acidente vascular registradas a cada ano no país.
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