Para aprimorar o desenvolvimento de plantas transgênicas no Brasil, pesquisadores de duas unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) – Recursos Genéticos e Biotecnologia e Café, ambas sediadas em Brasília – criaram uma técnica que consiste em selecionar partes específicas do gene, denominadas promotores. Eles são responsáveis por definir onde, quando e em que condições as características desejadas irão se manifestar nas plantas. A intenção dos pesquisadores, coordenados por Juliana Dantas de Almeida, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, é selecionar os promotores de interesse e colocá-los em um catálogo para as instituições de pesquisa. A patente da técnica de modificação de genes de interesse foi depositada em abril. Atualmente, para desenvolverem uma planta transgênica, os pesquisadores utilizam promotores constitutivos, o que significa que o gene inserido vai se manifestar em todas as partes da planta e em todas as etapas do seu desenvolvimento. O novo método permite que o gene inserido se expresse apenas no endosperma (tecido nutritivo presente nas sementes) do fruto da planta transformada. No combate a doenças como a broca-do-café, por exemplo, causada por um besouro que se instala no grão do fruto para se reproduzir, o ataque seria diretamente no ponto de origem do problema. O gene de resistência à broca seria comandado por um promotor específico que combateria apenas o besouro, e não outros insetos que se alimentam de folhas.
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