Está surgindo no Rio Grande do Sul uma nova fonte de matéria-prima para produção de etanol. É o soro do leite. De cada quilo de queijo produzido sobram, em média, nove litros de soro, um líquido esbranquiçado formado por 95% de água, 4% de lactose e 1% de proteína. Para ser aproveitado pela indústria alimentícia na composição de bebidas lácteas e recheios de biscoitos é preciso transformá-lo em pó, o que gera custos altos principalmente para o pequeno produtor. Se não for utilizado para alimentação, o soro precisa ser tratado como um efluente industrial para não contaminar lagoas e rios. Os experimentos para a bioconversão do soro em etanol têm a coordenação do professor Marco Antônio Ayub, do Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ele obteve etanol de soro de leite em biorreatores com leveduras do gênero Kluyveromyces que fazem a transformação do material lácteo em biocombustível (Journal of Chemical Technology and Biotechnology, agosto 2012). “A produção atingiu 3,5 gramas de etanol por litro por hora. Ainda é muito baixo em relação à produção do álcool da cana, mas estamos otimizando o sistema”, diz Ayub. Ele acredita que esse tipo de reator servirá para médios e pequenos produtores no futuro para produzir etanol e com ele gerar energia elétrica. “Na Inglaterra existe uma empresa que converte o soro em gás metano para esse fim.”
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