O óleo extraído dos frutos e sementes da sucupira-branca, uma árvore do Cerrado brasileiro, e o suco das folhas do sisal, uma planta originária do México e cultivada no Brasil para extração de fibras, possuem propriedades capazes de eliminar totalmente as larvas do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya, de acordo com dois grupos de pesquisadores brasileiros. O óleo da sucupira (Pterodon emarginatus) foi utilizado por pesquisadores das universidades federais do Amapá (Unifap), Goiás (UFGO) e Fluminense (UFF) para desenvolver uma nanoemulsão que diluída em água funciona como larvicida. O estudo foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amapá (Fapeap) e publicado na revista Plos One de 7 de janeiro. O produto que eles concluíram não utiliza solventes no preparo e não é tóxico ao ambiente ou para seres humanos. O mesmo princípio vale para o larvicida desenvolvido com folhas de sisal (Agave sisalana) por pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Embrapa Algodão, de Campina Grande (PB). De acordo com os pesquisadores, o suco ataca o intestino das larvas e as elimina na totalidade. Eles fizeram o mesmo teste em outras fases do inseto, como ovo, pupa e adulto, e o produto não teve efeito. A explicação é que a larva se alimenta da solução e provavelmente morre de indigestão com o produto. Para ser disponibilizado ao mercado, o larvicida deverá ser oferecido na forma de pó para diluição em água porque o suco in natura se degrada rapidamente. A pesquisa teve as parcerias do Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais do Estado da Bahia e da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
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