O artigo “A estrada para Emaús e a estrada para Gaza”, publicado em 1994 pelo padre canadense Thomas Rosica, de 60 anos, foi retratado pela revista Worship, um periódico acadêmico revisado por pares especializado em estudos sobre liturgia. Isso porque o religioso copiou trechos de seis diferentes teólogos no artigo, sem mencionar a fonte. Não foi um caso isolado. O professor de filosofia da Universidade Dominicana de Ohio Michael Dougherty analisou 30 anos de produção literária de Rosica e o acusou de plagiar trabalhos de teólogos, jornalistas e até cardeais em dezenas de palestras que proferiu e colunas publicadas na imprensa. “Nosso escrutínio mostrou que o plágio era um hábito duradouro e consistente”, escreveu Dougherty no jornal canadense National Post. O padre trabalhava no serviço em língua inglesa do Escritório de Imprensa do Vaticano e comandava uma emissora católica de televisão no Canadá. Ele admitiu as falhas éticas, interrompeu sua produção de textos de divulgação e renunciou ao posto de conselheiro de uma instituição de ensino superior confessional ligada à Universidade de Toronto, o University of St. Michael’s College. “Não quero que meus erros turvem a governança da universidade e ofereçam um mau exemplo para estudantes, educadores e funcionários”, explicou o religioso em uma nota. “Todos sabemos que plagiar é errado. Minhas ações nunca foram deliberadas, mas estavam erradas.”
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