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ALIMENTOS

Por um leite saudável

Projeto investiga comércio clandestino de derivados

Estima-se que a metade dos derivados de leite consumidos no país seja clandestina, produzida sem as condições de higiene que impedem a transmissão de bactérias causadoras de doenças – em São Paulo, que não apenas fabrica, mas também importa, o percentual tende a ser maior, afirma o biólogo Airton Vialta, do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), de Campinas. “No caso dos queijos do tipo minas frescal e meia cura, a maior parte vem do sul de Minas Gerais.”

A procedência desses produtos foi examinada durante a primeira fase do projeto que o Ital vem desenvolvendo em parceria com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária, com suporte financeiro da FAPESP. “Já percebemos que há problemas graves, como a presença de coliformes fecais, fragmentos de insetos e pêlos de roedores nos queijos”, diz o biólogo, que é o coordenador da pesquisa. O Ital realizou as análises físicas, que detectaram sujeira nos queijos, e também análises microbiológicas.

Se for aprovado para a segunda fase, o projeto ampliará o número de amostras, para incluir leites, iogurtes e fermentados (o leite líquido representa 50% do consumo de laticínios, contra os 20% de leite em pó, 20% de queijos e 10% de iogurtes e outros derivados). A fiscalização, que até agora limitou-se ao município de Campinas, também será expandida para outras localidades. Assim, no final do projeto, em dois anos, espera-se ter levantamento estatístico completo do comércio ilegal de laticínios no Estado, o que facilitará o estabelecimento de convênios com a iniciativa privada.

Além disso, a criação da Agência de Defesa Agropecuária – se aprovada pela Assembléia Legislativa – vai desburocratizar os trabalhos, apressando, entre outras medidas, contratações de fiscais e compras de equipamentos. “Mas não basta fiscalizar”, diz Mônica Martini, diretora substituta do centro de Análises e Diagnósticos da Coordenadoria de Defesa Agropecuária. “É preciso investir também em campanhas para conscientizar os consumidores.”

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