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Mundo

A eficiência custa mais caro

O Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária aprovou uma radical reorientação em sua estratégia de combate à malária na África. A partir de agora, só receberão ajuda projetos que contemplem o tratamento contra a malária à base de artemisina, droga fabricada a partir de uma erva chinesa que cura 90% dos pacientes em apenas 90 dias.

O problema é que a droga chinesa é cara. Chega a custar US$ 2 por paciente adulto, ante apenas US$ 0,10 da cloroquina, remédio tradicional e cada vez menos eficiente. Já há cepas do Plamodium falciparum resistentes ao medicamento. Desde 2002, a Organização Mundial de Saúde (OMS) passou a recomendar a artemisina no combate à malária na África, mas pouquíssimos países a adotaram.

Espera-se que a pressão feita pelo fundo ajude a mudar esse panorama. Noventa por cento das mortes de malária no mundo concentram-se na Àfrica (Nature, 10 de junho). No Brasil, pesquisadores financiados pela FAPESP foram buscar no conhecimento popular sobre a flora da Amazônia alternativas à ineficiente cloroquina e à cara artemisina. Já foram identificadas diversas plantas, utilizadas por vítimas da malária que habitam a calha do Solimões. Elas serão analisadas na procura por novas drogas (Pesquisa FAPESP, junho, nº 100).

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