Imprimir PDF Republicar

Brasil

Empresa lança curativo de látex

Pessoas com feridas crônicas, como escaras, úlceras na pele e lesões causadas por traumas ou cirurgias, contam com um novo produto que tem como matéria-prima o látex extraído da seringueira (veja Pesquisa FAPESP nº 88). Produzido pela empresa brasileira Pelenova Biotecnologia e lançado em junho, o Biocure ativa a vascularização e acelera a cicatrização da ferida. “Testes com o produto mostraram que feridas abertas há mais de uma década cicatrizaram em três meses”, informou a nefrologista e coordenadora do Departamento Médico da Pelenova, Eleonora Silva Lins.

A técnica de produção da biomembrana, patenteada pela empresa, preserva a proteína de origem vegetal presente no látex responsável por induzir e acelerar a vascularização. Criada pelos pesquisadores brasileiros Joaquim Coutinho Netto, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), e Fátima Mrué, do Centro de Oncologia do Hospital das Clínicas de Goiânia, após dez anos de estudos, a membrana de látex que deu origem ao Biocure tem ainda outras frentes de aplicação.

Na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto cerca de 600 pessoas já receberam enxertos do biopolímero em cirurgias para reconstrução de tímpanos perfurados. “A biomembrana permite uma eficiente regeneração do tímpano”, explica Eleonora. No fim deste ano, a invenção brasileira terá um novo campo aberto.

“Pretendemos realizar estudos com o material em pessoas queimadas”, adianta a nefrologista. Segundo a Pelenova, o produto, que começou a ser fabricado em Terenos, Mato Grosso do Sul, chegará ao mercado por R$ 28,50. Por enquanto apenas hospitais, clínicas e distribuidoras podem adquiri-lo, apresentado em caixas com 20 unidades. Ainda não há previsão para venda em farmácias.

Republicar