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Mundo

O limite da paciência

Todos os animais têm constantemente de optar entre uma recompensa pequena e imediata ou uma maior, mas depois de algum tempo. A impulsividade costuma triunfar sobre a paciência. Mas que fatores regulam essas respostas? Após comparar duas espécies de macacos, uma equipe da Universidade Harvard, Estados Unidos, concluiu que os animais são mais impulsivos ou pacientes de acordo com o contexto – por exemplo, se a tarefa que levaria à recompensa implica um esforço temporal (esperar por um prêmio) ou espacial (locomover-se para ganhar algo). As duas espécies estudadas – o sagüi-cabeça-de-algodão (Saguinus oedipus) e o sagüi-de-tufos-brancos (Callithrix jacchus) – comportaram-se de modo impulsivo, esperando de oito a 20 segundos para receber uma recompensa. Mas havia uma diferença: o sagüi-de-tufos-brancos esperou quase duas vezes mais que o cabeça-de-algodão para um prêmio que não seria imediato. A resposta é coerente com os estilos de buscar alimento: os tufos-brancos se nutrem da seiva de árvores, cuja coleta exige paciência, enquanto os cabeça-de-algodão comem insetos, cuja caça exige movimentos impulsivos. Em outro experimento foram os cabeça-de-algodão que se mostraram mais dispostos a se mover para conquistar uma recompensa espacialmente mais distante.

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