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SciELO

Biblioteca de revistas científicas disponível na internet

A Coleção SciELO Brasil ganhou mais dez periódicos científicos brasileiros. Os títulos aprovados são: Summa Phytopathologica, Revista Brasileira de Coloproctologia, Revista Brasileira de Fisioterapia, Revista Brasileira de Terapia Intensiva, Revista Matéria, Estudos Econômicos (São Paulo), Perspectivas em Ciência da Informação, Psicologia Clínica, Revista Brasileira de Educação Médica, Sociedade e Estado. Além desses, outros sete periódicos da área de ciências humanas foram selecionados pelos membros em reuniões anteriores e estão sendo preparados para serem publicados no site SciELO Brasil: Nova Economia, Revista de Administração Pública, Revista Brasileira de Educação Especial, Revista Brasileira de Estudos de População e Revista do Departamento de Psicologia — UFF.

Medicina
Fotografia dermatológica

A tecnologia digital promoveu a popularização do registro fotográfico em diversas áreas médicas. A dermatologia, por ser uma especialidade com importante componente visual, vem absorvendo os benefícios dessa ferramenta na prática clínica e na pesquisa. É o que mostra o artigo “Fundamentos da fotografia digital em dermatologia”, escrito por Hélio Miot, professor da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Maurício Paixão, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), e Francisco Paschoal, da Faculdade de Medicina do ABC. Além de orientar os profissionais não familiarizados com essa tecnologia, oferecendo noções para o melhor uso do equipamento de fotografia digital, o artigo mostra que a fotografia dermatológica, ao contrário da fotografia artística, valoriza elementos de realidade e verossimilhança, ou seja, que permitam o reconhecimento das lesões documentadas com fidelidade. “A tecnologia digital veio para reduzir custos, aumentar a versatilidade e a produtividade e proporcionar a popularização do uso de fotografia nas especialidades médicas”, relatam os autores. O estudo mostra também que a popularização da fotografia digital favoreceu o aumento do número de documentações na prática dermatológica. Na seção de fotografia do Departamento de Dermatologia da Unesp, por exemplo, a adoção da tecnologia digital proporcionou um incremento de mais de 80% no número de fotografias anuais de pacientes. “Há o entendimento de que a imagem da lesão do paciente documentada durante a consulta, por representar informação clínica real, compõe parte do seu prontuário médico. Seu registro, uso, modificação ou exposição devem ser autorizados pelo paciente ou responsável legal”, diz. A fotografia digital tornou-se uma ferramenta importante na quantificação de variáveis em pesquisa aplicada.

Anais Brasileiros de Dermatologia — vol. 81 — nº 2 — Rio de Janeiro — mar./abril 2006
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962006000200010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

Biologia
Borboletas do Planalto Central

Os pesquisadores Eduardo de Oliveira Emery e Carlos Pinheiro, do Instituto de Biologia da Universidade de Brasília (UnB), e Keith Brown Jr., do Museu de História Natural da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), apresentam em “As borboletas (Lepidoptera, Papilionoidea) do Distrito Federal, Brasil” uma listagem atualizada com 504 espécies e 506 subespécies de borboletas Papilionoidea observadas nas últimas quatro décadas. “O Distrito Federal vem passando por um intenso processo de urbanização, pela implantação de atividades agrícolas e outras econômicas que levam inexoravelmente à destruição do hábitat natural”, justificam. “A necessidade de uma lista atualizada de espécies é fundamental para a avaliação e o monitoramento da perda em biodiversidade de borboletas.” São apresentados dados da bibliografia, de coletas pessoais e de outras coleções entomológicas. Aspectos relacionados à ocorrência de espécies ameaçadas e à conservação da fauna de borboletas no Distrito Federal são também discutidos. O estudo mostra ainda que o fato de ocorrer em áreas protegidas, por si só, não garante que determinada espécie esteja protegida. Com a urbanização, muitas das unidades de conservação vêm sendo transformadas em “ilhas de vegetação”, geograficamente isoladas de outras unidades. Os efeitos do isolamento sobre as populações locais, como a interrupção do fluxo gênico, pode ser fatal para a maioria das espécies. “Entretanto, o grande número de Papilionoidea demonstra claramente a riqueza de espécies desta região dos cerrados brasileiros.”

Revista Brasileira de Entomologia — vol. 50 — nº 1 — São Paulo — jan./mar. 2006
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0085 56262006000100013&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

Economia
Transferência de renda

Fazer uma estimativa dos aspectos distributivos da Previdência brasileira, tendo como base as contribuições efetuadas e os benefícios recebidos pelos indivíduos. Este é o objetivo do artigo “Uma estimativa dos aspectos distributivos da Previdência Social no Brasil”, de Luís Eduardo Afonso, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e Reynaldo Fernandes, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), da Universidade de São Paulo (USP). O trabalho, que tem como base cálculos das Taxas Internas de Retorno (TIRs) proporcionadas pelas contribuições e benefícios previdenciários, computou todos os benefícios e contribuições no período 1976-1999. “Nos últimos anos, de forma similar ao que ocorreu em países como Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e Argentina, a Previdência Social ganhou relevância na agenda político-econômica do Brasil”, garantem os autores. “Tornou-se consensual a visão do equacionamento adequado da questão previdenciária como um dos pilares para a organização das contas públicas.” Duas questões fundamentais sobre as características e as funções da Previdência Social brasileira são tratadas no artigo. A primeira é quanto ao valor dos benefícios: serão eles de fato tão reduzidos quanto concebido usualmente” A segunda é quanto ao caráter distributivo: seria a Previdência injusta com seus segurados” Para responder a essas questões, duas hipóteses são analisadas. A primeira é que o sistema previdenciário brasileiro não paga benefícios tão baixos quanto se costuma apregoar. E a segunda é que a existência das organizações previdenciárias pode ser vantajosa para alguns grupos, particularmente aqueles com renda mais baixa. De modo oposto, para as faixas de renda mais elevadas, os ganhos parecem ser menores. Os grupos com menor nível de educação apresentam taxas de retorno mais elevadas. Essas taxas também são diferentes conforme as regiões do país. Além disso, como indivíduos de nível educacional mais baixo devem ter rendimentos inferiores em relação aos demais, há evidências de que os grupos mais pobres estão obtendo uma remuneração mais elevada por suas contribuições previdenciárias. Para todos os níveis educacionais, os retornos obtidos pelos moradores da Região Nordeste são claramente mais elevados que os das demais regiões. As taxas da Região Sudeste são, em geral, as mais baixas e as das Regiões Sul, Norte e Centro-Oeste estão em um nível intermediário. “Se considerarmos que a Região Nordeste apresenta a menor renda per capita do país, então o sistema previdenciário brasileiro funciona como um mecanismo de transferência de renda das regiões mais ricas para as mais pobres.”

Revista Brasileira de Economia — vol. 59 — nº 3 — Rio de Janeiro — jul./set. 2005
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71402005000300001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

Nutrição
Condutas da alimentação

Conhecer pensamentos, sentimentos e comportamentos em relação à dieta de mulheres portadoras de diabetes tipo 2 foi a meta de Denise Péres e Laércio Franco, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP), e Manoel dos Santos, da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto (USP). “O comportamento alimentar da mulher portadora de diabetes tipo 2 é bastante complexo e precisa ser compreendido à luz dos aspectos psicológicos, biológicos, sociais, culturais, psicológicos e econômicos para maior eficácia das intervenções educativas”, apontam. Cumprir a dieta adequada é parte fundamental no tratamento do diabetes e vários estudos têm apontado um baixo seguimento dos pacientes à dieta recomendada. Os pesquisadores realizaram um estudo descritivo exploratório, de natureza qualitativa, onde foram entrevistadas oito mulheres portadoras de diabetes tipo 2 em uma Unidade Básica de Saúde do município de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Os resultados, descritos no artigo “Comportamento alimentar em mulheres portadoras de diabetes tipo 2”, evidenciaram dificuldade no seguimento da dieta prescrita, em função dos diversos significados associados, tais como a perda do prazer de comer e beber, da autonomia e da liberdade para se alimentar. “Seguir a dieta adquire caráter extremamente aversivo e cerceador, tendo representação de que realizá-la traz prejuízos à saúde”, aponta os autores. A freqüente ausência de sintomas foi citada como um dos aspectos que dificultam o seguimento da dieta. Outra dificuldade foi tocar, olhar e manipular os alimentos durante o seu preparo e não poder ingeri-los. Os alimentos doces despontaram como algo extremamente desejado. “Transgressão e desejo alimentar estão igualmente presentes na vida das pessoas entrevistadas. Seguir o padrão dietético recomendado implica tristeza, e o ato de comer, muitas vezes, vem acompanhado de medo, culpa e revolta”, afirmam. Os dados revelaram que o ato de comer está diretamente relacionado aos aspectos emocionais. Por conta disso, os pesquisadores acreditam que apenas oferecer informações não é estratégia suficiente para a instalação de mudanças nos hábitos alimentares. “O enfoque da abordagem educativa não deve se restringir apenas à transmissão de conhecimentos, é importante englobar também os aspectos subjetivos”, recomendam.

Revista de Saúde Pública — vol. 40 — nº 2 — São Paulo — abril — 2006
www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102006000200018&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

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