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Estratégias

Mulheres são de Vênus?

Um fosso separa a produtividade científica e a remuneração de homens e mulheres em áreas de pesquisa como as engenharias e a biologia. Já nas Ciências da Vida as diferenças de gênero quase não são observadas. Um grupo de pesquisadores norte-americanos decidiu debruçar-se sobre esse campo do conhecimento para investigar um aspecto específico do desempenho acadêmico: o número de patentes obtidas pelos dois sexos. Pois até nas Ciências da Vida a desvantagem das mulheres revelou-se grande. A pesquisa, publicada na revista Science, foi realizada com uma amostragem de 4.227 norte-americanos que obtiveram seus títulos de doutor entre 1967 e 1995. Em média, as mulheres registraram 40% das patentes obtidas pelos homens. Os dados mostram que 5,65% das 903 mulheres analisadas tinham alguma patente em seu nome. Entre os 3.324 homens, a taxa foi de 13%. Os autores do trabalho, Waverly Ding, da Universidade da Califórnia, Fiona Murray, do Massachusetts Institute of Technology, e Toby Stuart, da Escola de Negócios de Harvard, fizeram entrevistas com grupos específicos para tentar entender o motivo do desequilíbrio. Conclusão: o hiato de gênero persiste devido às escassas ligações com o setor privado cultivadas pelas mulheres e por sua visão tradicional sobre a carreira acadêmica. Elas não apenas se preocupam menos em patentear como também se dedicam pouco a outras atividades vinculadas ao “empreendedorismo acadêmico”, como a prestação de consultoria a empresas. Mas isso está mudando. Segundo os autores, as pesquisadoras mais jovens têm a mesma cultura masculina de expandir suas ligações com empresas. “Se esse processo continuar assim nós vamos observar um declínio no tamanho do intervalo do registro de patentes, entre homens e mulheres, nos próximos anos”, atestam os pesquisadores.

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