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Falling Walls

Projetos inovadores premiados em Berlim

Competição internacional que teve brasileiros entre os finalistas reconhece trabalhos científicos propostos por pesquisadores e estudantes de até 35 anos

Cerimônia de premiação do torneio internacional Falling Walls Laboratory, em Berlim

Carlos Fioravanti Cerimônia de premiação do torneio internacional Falling Walls Laboratory, em BerlimCarlos Fioravanti

de Berlim*

A quinta versão do torneio internacional Falling Walls Laboratory selecionou os quatro projetos considerados mais inovadores entre os 100 apresentados no domingo, dia 8, em Berlim. A competição teve entre seus finalistas quatro pesquisadores brasileiros. Os ganhadores que receberam o título de Jovens Inovadores de 2015 foram Sabrina Badir, médica e pesquisadora da Escola Politécnica de Zurique, na Suíça; Lian Willetts, da Universidade de Alberta, Canadá; Shani Elitzur, do Instituto de Tecnologia Technion, de Israel; e Oleksandr Shymanko, da Universidade Vasyl Precarpatian, da Ucrânia.

Sabrina Badir apresentou um aparelho que permite o diagnóstico precoce do risco de nascimento prematuro por meio da análise da consistência do tecido do útero, durante a gestação, facilitando o tratamento para evitar o nascimento antecipado dos bebês. Shani Elitzur propôs a produção de hidrogênio a partir da reação de alumínio com a água. Já Lian Willetts criou uma técnica para detecção de metástases de câncer de próstata. Oleksandr Shymanko, por sua vez, desenvolveu o smart pillow, um travesseiro munido de dispositivos eletrônicos que permite controlar o horário de sono e acordar sem alarme, e recebeu o prêmio de melhor apresentação na votação do público.

Dos quatro projetos brasileiros, dois haviam sido selecionados na Falling Walls Lab São Paulo, realizada em setembro na capital paulista. André Brandão, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), apresentou os jogos digitais criados para pessoas com necessidades especiais, como crianças com síndrome de Down, e Francisco Lage, estudante de graduação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), falou sobre a concepção de painéis solares flutuantes sobre reservatórios de hidrelétricas como forma de dobrar a produção de energia.

Os outros dois projetos eram de brasileiros residentes na Alemanha. Lucas Paes de Melo, da empresa Global Engeneering Team, apresentou o protótipo de uma prótese para substituir pernas amputadas. Marcos Lana, do Centro de Pesquisa da Paisagem Agrícola (instituição similar à Embrapa), apresentou a versão inicial de um programa de computador planejado para otimizar a aplicação de fertilizantes em áreas agrícolas, desenvolvido em conjunto com o Centro Brasileiro de Tecnologia do Etanol (CBTE), de Campinas. Cada um dos 100 concorrentes teve apenas 3 minutos para mostrar suas propostas e responder às perguntas dos jurados e da plateia.

A Falling Walls, organizadora do torneio, é uma fundação sem fins lucrativos criada em 2009 com apoio do Ministério da Educação e da Ciência alemão para identificar e valorizar ideias inovadoras propostas por pesquisadores e estudantes de até 35 anos.  O concurso é organizado em 38 países pela consultoria A.T. Kearney com a ajuda de parceiros locais. No Brasil, a etapa classificatória foi realizada com a colaboração do Centro Alemão de Ciência e Inovação de São Paulo e a Universidade Presbiteriana Mackenzie.

* O jornalista Carlos Fioravanti viajou a convite da Falling Walls Foundation.

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