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Perfil

O legado de um inventor

Conrado Wessel deixou todo o seu patrimônio para premiar a arte, a cultura e a ciência

Acervo FCW O empresário criou uma nova fórmula de papel fotográficoAcervo FCW

O Prêmio FCW de Arte é atribuído pela Fundação Conrado Wessel à fotografia em homenagem ao seu instituidor, pioneiro da indústria do papel fotográfico no Brasil. Há 101 anos, no dia 10 de novembro de 1916, Guilherme Wessel (1862-1940), pai de Ubaldo Conrado Augusto Wessel (1891-1993), consultou o escritório carioca Moura & Wilson, especialista em patentes, e dele recebeu a resposta três dias depois. Pela correspondência trocada, sabe-se que Conrado estava desenvolvendo uma nova fórmula para banhar papel fotográfico e pretendia depositar a patente. Suas pesquisas começaram em 1908 e foram posteriormente aprimoradas por ele em laboratórios de Viena, na Áustria, e na Escola Politécnica, futura unidade da Universidade de São Paulo, criada em 1934.

Wessel era também fotógrafo e desejava criar um papel fotográfico com qualidade superior aos importados. Depois de ter inventado a nova fórmula e conseguido a patente, em 1921, ele tratou de vender o papel para fotógrafos avulsos e estabelecimentos comerciais. Passou por dificuldades, mas foi bem-sucedido. Fundou sua própria fábrica de papel, que acabou por chamar a atenção da Kodak justamente pela qualidade do material produzido. Em 1930, as empresas Wessel e Kodak firmaram um acordo em que a totalidade da produção brasileira seria adquirida pelos norte-americanos, que teriam direito à patente definitivamente em 1954.

Wessel nasceu em Buenos Aires e veio para o Brasil com 1 ano de idade. Não se casou nem deixou herdeiros. Optou por legar seu patrimônio para uma fundação a ser criada, com seu nome, que deveria distribuir os recursos em ações filantrópicas e premiações em favor da arte, da ciência e da cultura. A FCW foi criada em 1994 e os prêmios são atribuídos desde 2003.

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