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Reconhecimento

Helena Nader vence o prêmio Almirante Álvaro Alberto

Bioquímica coordena laboratório que é referência na pesquisa sobre heparina

Helena Nader, em uma audiência no Senado Federal, em Brasília, em 2016

Marcos Oliveira/Agência Senado

A bioquímica Helena Bonciani Nader, de 72 anos, ganhou na segunda-feira (23) o Prêmio Almirante Álvaro Alberto, um dos mais importantes da ciência brasileira, concedido em 2020 na categoria Ciências da Vida. Professora titular da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desde 1989 e especialista em glicobiologia, ela é a coordenadora do Instituto de Farmacologia e Biologia Molecular (Infar) da universidade, onde comanda um laboratório que desde os anos 1970 é referência internacional na pesquisa sobre a heparina, um polissacarídeo conhecido por sua ação como anticoagulante. “Me senti muito orgulhosa quando o ministro Marcos Pontes [da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações] me contou que eu havia sido premiada e também muito grata à minha família e aos grandes professores que tive”, disse Nader, referindo-se a cientistas da Escola Paulista de Medicina, hoje vinculada à Unifesp, entre os quais a geneticista Heleneide Nazareth (1937-1981) e o bioquímico Carl Peter von Dietrich (1936-2005), que foi seu orientador de doutorado e com quem se casou e teve uma filha.

Concedido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com a Fundação Conrado Wessel e a Marinha do Brasil, o Prêmio Almirante Álvaro Alberto reconhece a contribuição de pesquisadores que promoveram o progresso de sua área do conhecimento. Instituído em 1981, é oferecido anualmente em sistema de rodízio a uma das três grandes áreas: Ciências Exatas, da Terra e Engenharias; Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes; e Ciências da Vida. O vencedor recebe um diploma e uma medalha, além de uma premiação em dinheiro no valor de R$ 200 mil e a possibilidade de uma viagem em um navio de assistência hospitalar à Amazônia ou à Antártica, a critério do agraciado. Por conta da pandemia do novo coronavírus, a cerimônia de entrega do prêmio só deve acontecer em outubro.

Formada em ciências biomédicas pela Unifesp, em 1970, e em biologia pela Universidade de São Paulo (USP) no ano seguinte, Helena Nader doutorou-se em ciências biológicas pela Unifesp em 1974 e fez estágio de pós-doutorado na mesma área pela Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, em 1977. Já formou perto de 100 pesquisadores, entre mestres e doutores, e mantém o hábito de dar aulas na graduação. Também é professora honorária da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde ajudou a criar um grupo em pesquisa de bioquímica.

Ela concilia seu trabalho de pesquisadora com uma destacada militância na defesa da atividade científica no país. Foi presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) entre 2011 e 2017 e atualmente é vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e copresidente da InterAmerican Network of Academies of Sciences (Ianas). Na FAPESP, foi coordenadora da área de biologia e, desde fevereiro, é membro do Conselho Superior da Fundação.

O CNPq também anunciou os nomes dos cientistas brasileiros homenageados com o título de Pesquisador Emérito neste ano. São eles o linguista Carlos Vogt, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e ex-presidente da FAPESP, o físico Carlos Henrique de Brito Cruz, também professor da Unicamp e diretor científico da FAPESP, o agrônomo e consultor Celso Foelkel, o bioquímico Hernan Chaimovich, do Instituto de Química da USP, o médico Frederico Graeff, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP em Ribeirão Preto, o matemático Jacob Palis, do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), o bioquímico Jaime Rabi, diretor da empresa Microbiológica, Química e Farmacêutica, o engenheiro Luiz Bevilácqua, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e a professora de literatura Marisa Lajolo, da Unicamp.

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