Uma nova espécie de bactéria, denominada Ideonella sakaiensis, pode quebrar as moléculas e digerir plásticos do tipo poli (tereftalato de etileno), conhecido como PET, material utilizado em garrafas de refrigerantes e água (Science, 13 de março). Um filme fino do plástico, de 60 microgramas, foi degradado em seis semanas pelo microrganismo, que foi descoberto pelo grupo de Kohei Oda, do Instituto de Tecnologia de Kioto, no Japão. A bactéria utiliza duas enzimas, a petase e a metase, para degradar e processar o PET. Foi necessário ir a campo para descobrir a bactéria. Primeiro, os cientistas coletaram em um centro de reciclagem 250 garrafas PET com todo tipo de resíduo, como água, lama e sedimentos do solo. Em seguida, no meio desse material, identificaram vários microrganismos, entre os quais a Ideonella sakaiensis. O descarte de artefatos de PET é um grande problema ambiental. Apenas em 2013 foram produzidas cerca de 56 milhões de toneladas do plástico em todo o mundo. Oda esteve no Brasil, em 2007, em visita financiada pela FAPESP, a convite de Luiz Juliano Neto, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ele veio estudar bactérias presentes nas fezes de animais que pudessem ter uso industrial, principalmente na decomposição de PET, e também para participar de pesquisas sobre enzimas proteolíticas, que ajudam a degradar proteínas (ver Pesquisa FAPESP nº 142).
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