Alguns peixes estampam as emoções na própria pele. Ao menos é assim com algumas espécies da família dos ciclídeos, que inclui o acará-bandeira e o acará-disco. O fato de deixarem transparecer o estado emocional é um prato cheio para quem estuda comportamento, como Raoni Rodrigues e Kleber Del-Claro, da Universidade Federal de Uberlândia. Mergulhando com máscara e snorkel em um lago a 70 quilômetros ao norte de Manaus, Rodrigues descobriu que na maior parte do tempo o ciclídeo Apistogramma hippolytae apresenta o corpo prateado praticamente liso, coloração que torna mais difícil identificá-lo em seu ambiente natural. Em situações mais tensas, como quando perseguem ou são perseguidos, em poucos segundos surgem combinações variadas de listras e manchas. Com manchas no corpo e uma faixa debaixo do olho em fundo amarelo, as fêmeas com filhotes são inconfundíveis (Neotropical Ichthyology).
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