Um documento divulgado pela Fundação Alemã de Pesquisa (DFG), a mais importante agência de fomento germânica, questiona o futuro do sistema de ciência e tecnologia do país com a progressiva redução do financiamento a pesquisadores das universidades. “Os orçamentos básicos das universidades, que são garantidos pelos estados da federação, estão estagnados ou em declínio. Já a pesquisa feita em instituições não vinculadas a universidades segue recebendo recursos de forma regular e suficiente”, disse Peter Strohschneider, presidente da DFG. Segundo ele, a erosão do financiamento às universidades começa a comprometer a atuação da agência, exigindo que ela invista cada vez mais em ciência básica. Mesmo aumentando o seu orçamento, o número de solicitações cresceu tanto que, proporcionalmente, a DFG tem aprovado menos propostas do que no passado. O caso mais evidente são os auxílios individuais, responsáveis por um terço dos recursos da fundação. O número absoluto de projetos aprovados cresceu de 10 mil em 2009 para mais de 12 mil em 2012. Mas a relação entre projetos apresentados e aprovados piorou. Apenas 32% das solicitações apresentadas em 2012 foram atendidas, diante de 47% em 2009. “Não estamos mais sendo capazes de financiar todos os projetos importantes”, disse Strohschneider. Em 2012, a DFG financiou 30.900 projetos em diversos programas e executou um orçamento de € 2,52 bilhões. As ciências da vida receberam quase 39% do total, seguidas pelas ciências naturais (24%), as engenharias (22%) e as humanidades e ciências sociais (16%).
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