A comunicação nunca desfrutou de status muito elevado entre as disciplinas das ciências humanas. Esboçada como questão para ser pensada no final do século 19, no rastro das preocupações do Estado liberal e dos pensadores sociais com os efeitos das grandes concentrações humanas nas cidades, a comunicação sempre foi tida, se tanto, como um campo de conhecimento menor, sem objeto teórico definido. Semelharia alguém que vive de expedientes, a tomar de empréstimo métodos da sociologia, da teoria da informação, da antropologia, na dependência, mais adiante, do abrigo da semiologia francesa, da semiótica norte-americana, da acolhida dos cultural studies ingleses.
Mesmo quando pensadores do porte de Theodor Adorno e Max Horkheimer criaram, nos anos 40, o conceito de indústria cultural – crucial para o campo da comunicação – e o elevaram à categoria de questão fundamental para entender o século 20, a comunicação continuou em sua condição um tanto marginal, a prestar reverência às grandes disciplinas do pensamento social. No Brasil, a situação nunca foi muito diferente, mesmo com a criação das escolas de comunicação no final dos anos 60.
Pois bem: uma contribuição importante aos esforços de especialistas de várias partes do mundo para situar o campo da comunicação está magnificamente exposta no novo livro de um brasileiro: Antropológica do Espelho, editado pela Vozes, lançado no final de abril último. Nesse trabalho, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Muniz Sodré, professor titular e ex-diretor da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), atualmente coordenador do programa de pós-graduação em Comunicação e Cultura e reconhecido como um dos principais pensadores latino-americanos da comunicação, apresenta uma nova proposta sobre o objeto deste campo do conhecimento: para ele, esse objeto é a vinculação humana, comunitária, que hoje se dá no âmbito de uma relação geral – aquela estabelecida pela mídia – que se finge de vínculo, esse laço sempre atravessado pelo emocional. Mais: Muniz propõe que vivemos hoje uma nova forma de vida – o bios midiático ou virtual, radicado nos negócios -, feita de informação, espelhamento e novos costumes.
Construído como um ensaio rigoroso, denso, Antropológica do Espelho, o 25º livro desse pensador bem pouco ortodoxo, dedicado há 30 anos às reflexões sobre a comunicação, examina o ethos desse mundo midiatizado; analisa a transformação das referências simbólicas com que se forma, educacional e politicamente, a consciência contemporânea; especula sobre os atuais processos de construção da realidade, da memória e da identificação dos sujeitos; apresenta a transformação das normas e valores de sociabilidade, ou seja, da Ética – o grande lastro teórico do ensaio – e, por fim, discute em termos epistemológicos o campo da comunicação. Tudo isso deixando clara a articulação entre mídia e mercado dentro da chamada globalização, e mantendo ao fundo a idéia de que comunicação e mídia constituem, teoricamente, pretextos para novas descobertas sobre o social. A seguir, alguns trechos da entrevista que concedeu sobre seu novo trabalho a Pesquisa FAPESP :
Por que qualificar alguns respeitados teóricos, importantes para a comunicação, como “pensadores da morte”?
Referia-me a uma geração de pensadores franceses que se articularam em torno daquilo que eles chamavam “la théorie”, e que teorizavam o mundo a meio caminho entre a filosofia, a sociologia e a antropologia. Entre eles, Levy Strauss, Michel Foucault, Jacques Lacan, Julia Kristeva, o grupo Tel Quel, Roland Barthes, depois Jean Baudrillard. A teoria de certo modo desapareceu. Esteve muito em moda na França de meados dos anos 60 até 80 e poucos, e nos anos 90 já foi começando a esvanecer, perdeu muito da aura que tinha. Sua teoria era um pensamento daquilo que estava desaparecendo nas formas sociais contemporâneas. Alguns deram a isso o nome de pós-modernismo, que vejo mais como uma etiqueta para se colar em certas mutações. O que o caracterizou foi o acaso de certas formas sociais, que Gianni Vatimo preferiu chamar, na Itália, de pensiero deboli, o pensamento não violento, fora da metafísica, não mais aquele deus transcendente, mas parcial, relativo, sujeito a muitas interpretações, e respeitando a fabulação sobre o mundo, na trilha de Nietzsche. Mas eles foram pensadores da morte também porque representavam a morte de sua própria continuidade.
Em que sentido?
No sentido de que acadêmica e metodologicamente não se podia levá-los muito ao pé da letra. Os pensadores tradicionais tinham por trás deles uma causa e a possibilidade de uma continuidade metodológica, veja Marx, e até Sartre. Estes de que estamos falando não tinham uma coisa nem outra, eram mais relacionados com o texto do que com a vida concreta se agitando, e eram pessoas com um brilho que ilumina muito e se apaga em seguida. Quem tentou depois escrever como Barthes se deu mal.
Qual a sua relação com eles?
Eu estudei com alguns, na França, como Barthes, e me relaciono até pessoalmente com um deles, que é Baudrillard. Mas a questão que importa aqui é que, como eles, de fato não acredito no universalismo e na exatidão científica das ciências sociais. Assim, o grande interesse epistemológico da comunicação é trazer para o panorama do pensamento social uma relativização do conhecimento disciplinar. Não creio que a comunicação seja propriamente uma disciplina. Repetindo um jogo de palavras já feito, ela é mais uma indisciplina em relação a limites rígidos, estreitos, disciplinares.
Sem esses limites, pode-se tornar claro o objeto de um campo do conhecimento?
Sim, e com isso, primeiro, você vê que o objeto da comunicação não é a mídia, é a vinculação humana. Ou seja, como é que nós socialmente, e porque socialmente, estamos juntos. Qual laço faz com que, estando numa comunidade, possamos nos odiar e nos matar, mas permaneçamos juntos. Há, para além do trabalho, para além da economia, uma coisa chamada vínculo.
Mas que especificidade tem esse vínculo objeto da comunicação?
É o vínculo diante de um outro tipo geral de vínculo que se constituiu: o midiático. Isso significa: é o vínculo diante da relação, ou seja a mídia é relacional, a comunicação é vinculativa. E qual a diferença entre o vínculo e a relação? É que o vínculo atravessa o corpo, o afeto, passa por sentimento, por ódio, enquanto a relação entre pessoas pode ser completamente impessoal, ou seja, são indivíduos atomizados, separados, que se relacionam juridicamente e polidamente, por direito e por etiqueta, O vínculo pode até ser atravessado pelo direito, mas ele é emocional, é libidinal, é afetivo.
O vínculo numa atmosfera midiática tem essas mesmas propriedades?
Pode ter, o problema é em que medida isso ocorre, na coexistência com a força de um vínculo relacional que é por inteiro societal – que distingo do social. Entendo o primeiro como a força das instituições da sociedade, do Estado, que nos mantêm juntos. Ora, a mídia mantém com seu público um vínculo societal fingindo que é social, porque trabalha com as emoções. A mídia cria relação, e para fazer isso tem que instaurar um outro tipo de sociabilidade, uma outra regra vinculativa.
De que maneira?
Veja o truque da televisão, por exemplo. Aquela familiaridade com que ela chega dentro de sua casa, aquele olhar simpático do apresentador, que não é o do orador em praça pública, é um pretexto vinculativo. Na relação, as identidades parecem estar prontas, acabadas e se ligam por fios, jurídicos, sócio-psicológicos, etc., enquanto o vínculo, mesmo atravessado por isso, é emocional. A comunicação é a ciência que trabalha sobre isso – e eu digo é propriamente a ciência, não no sentido positivista, mas no sentido que tínhamos no século 18, e que está em Kant, está nos filósofos sensualistas, de língua bem feita, e capaz de ser assim reconhecida pela comunidade.
Mas não é um exagero classificar a comunicação de ciência?
Não, a ciência não tem que ser necessariamente um conhecimento exato e universal. Há esse sentido da ciência como língua bem estruturada, e vista assim, a comunicação nos dá o pretexto para falar de um tipo emergente de sociabilidade, que não está ancorada num território, que são processos, são relações encenadas onde é virtual sua realidade, e que hoje estão juntas com outras formas históricas de sociabilidade.
A pesquisa em comunicação permitiria, assim, flagrar de forma aguda esse processo de convivência das novas formas com formas tradicionais de sociabilidade.
Exatamente. Isso já foi anunciado por várias pessoas de maneiras diferentes. Eu procurei anunciar de modo mais nítido porque me apoiei em Aristóteles, quando ele, de forma simples, na Ética de Nicômaco, distingue, a exemplo do que já fizera Platão no Filebo, três gêneros de existência na Polis, três modos de sociabilidade: o modo do conhecimento, que é o bios theoretikos, o dos prazeres, que é o bios a polaustikos , e a sociabilidade política, que é o bios politikos. Ora, pensando sobre cada esfera dessa, onde o indivíduo se aloja para ser social, me dei conta de que aquilo que há em relação à mídia – percebendo que ela não é apenas um aparelho de transmissão de informação de dados, mas influi no vínculo e se relaciona com o vínculo -, é que ela éum outros bios, que se apresenta a partir daquilo que Aristóteles excluiu de seu sistema, que é o bios dos negócios – eu o chamo então de bios midiático ou bios virtual. Sem território, feito só de informação.
E esse é o fulcro da sua proposta teórica .
É, porque partindo daí, do bios midiático como um outro tipo de forma social, toda a metodologia e perspectiva sobre a comunicação muda, porque já não posso mais me valer, stricto sensu, da sociologia, da antropologia, da filosofia, que são disciplinas e saberes que surgiram a partir das articulações dos bios históricos, em torno de Estado, religião e economia. Portanto, aqui tenho uma desarticulação dos objetos tradicionais, o que me obriga a pensar um novo objeto, colocado em outro plano, no qual não posso mais falar de substâncias às quais vou predicar qualidades. Isso é o que ocorre com a lógica aristotélica para falar do social, a predicação de qualidades, enquanto que aqui vou falar de uma lógica que alguns autores chamam de processual, e eu vou chamar de lógica propriamente comunicacional, uma lógica das conexões, das interfaces.
E qual a sua proposta metodológica para abordar esse campo?
Uma coisa é a metodologia e outra, os métodos. Edgar Morin fez essa distinção. Metodologia são os métodos já testados, que muitas instituições acadêmicas aplicam mecanicamente. Eu diria que a comunicação tem método e não tem muita metodologia. Método é o percurso em direção a um objetivo, é um caminho. Isso significa que todo e qualquer trabalho científico comporta uma criação, uma descoberta, seja qual for. A comunicação tem aquela invenção que C. S. Peirce chamava de abdução, o instante da descoberta, de um insight nas ciências sociais. Quando se toma os grandes explicadores do Brasil, como Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda, vê-se que há uma enorme pesquisa pessoal por trás dos textos, mas em nenhum instante neles se encontra o fetichismo da pesquisa. E, no entanto, com suas idéias, abduções, insights, eles têm sido verdadeiras sementes. Nessa mesma trilha, para mim a comunicação é, acadêmica e teoricamente, um pretexto para descobertas sobre o social.
Ao indagar sobre método, eu pensava também em sua defesa da necessidade de uma certa vivência prática para pensar a questão da comunicação .
Acho que a comunicação, diferentemente de outras disciplinas sociais, é um tipo de estudo que não prescinde de uma vivência do pesquisador. Para escrever sobre jornalismo, é fundamental alguma experiência de jornalismo, pelo menos como alguém que mergulha numa redação, no ambiente de uma televisão, etc. E para essa reflexão teórica vir desde dentro, tem que se aceitar a mídia. A atitude não pode ser simplesmente a recusa nascida do moralismo cultural e intelectual, à maneira da Escola de Frankfurt – que, diga-se, acho uma grande escola, mas, naquele momento, a tecnologia emergente assustava muito os grandes filósofos como Adorno e Horkeimer. É preciso aceitá-la porque trata-se de uma forma de vida que você partilha, queira ou não. Estamos todo o tempo imersos nesse objeto que é o bios midiático e, como escrevi no livro, entramos e saímos dele o tempo inteiro, porque esse bios é parasitário dos bios históricos. Quero com isso dizer que o bios midiático vai extrair a substância das simulações que faz, seus conteúdos e a aparência que quer dar ao mundo, do mundo anterior. Por isso, ele é muito conservador no que diz respeito às formas. No fundo, a televisão, por exemplo, quer que cada espectador se reconheça nela para facilitar a relação, não quer que o sujeito se lacere nem quebre a sua imagem, quer do espectador um reconhecimento de si tal como o sujeito se vê no espelho.
Dada sua condição de professor, como faz para transmitir pistas claras sobre o método para pensar a comunicação?
Primeiro, cuido de uma excitação metodológica a essa lógica analógica. Dado um fenômeno, proponho: vamos examiná-lo no nível econômico, político e ideológico. Eu faço isso de forma ensaística, reflexiva, lendo materiais, jornais, conversando, o que não impede que o aluno possa fazer cada um desses níveis sociologicamente, e com pesquisa de campo. Meu método pessoal é a interconexão das três instâncias, portanto, é isomórfico, porque procuro ver como formas diferentes têm um isos, um ponto comum. Creio que isso pode ficar, metodologicamente.
Falemos sobre a noção do bios midiático como algo que tem a superfície rasa do espelho. Dá para resumi-la aqui?
O espelho reflete e ao mesmo tempo encerra a imagem em sua superfície rasa. Não tem profundidade de vida, e esse estar encerrado numa superfície rasa é a condição do homem que vive no bios midiático. É como Alice no país dos espelhos. Ou seja, se eu estou no espelho e estou com uma iluminação azul, sou o cidadão azul do espelho. É esse azul, vermelho ou roxo que a mídia ilumina que é, propriamente, o bios midiático. O bios é uma qualificação, uma iluminação particular. Um lado de pura aparência que permite contágio e refração infinitos: uma imagem remete a outra, que remete a outra, infinitamente, e até eu recebê-las já estou tão acostumado a elas que eu próprio já sou imagem. De qualquer forma, a mídia reduz o discurso do real histórico ao que é possível dentro da superfície do espelho. E é nessa redução da substância à sua imagem que há a transformação de mundo. Por isso Heidegger diz sobre a técnica: a modernidade é o mundo que se transformou em imagem. A mercadoria é uma imagem, não qualquer uma, mas a imagem como a forma mais perfeita e acabada da mercadoria, porque o que seduz nela não é o valor de uso, mas o valor de troca social que adquiriu e que é sígnico, ou seja, uma mercadoria é tanto mais sedutora hoje quanto mais ela recebe uma valorização do olhar dos outros, a partir do mercado.
A imagem é o resultado. Mas qual a origem desse processo?
A origem é o mercado e o consumo, portanto é a mudança no universo da produção. O modo de produção tradicional implicava como ideologia o trabalhador que produz diretamente alguma coisa, e o modelo desse trabalho vem da fábrica, ainda que se trate de um trabalhador intelectual: dou tantas horas e meu trabalho pode ser medido por horas ou pelo meu rendimento. Com a desvalorização do trabalho fabril e sua substituição por especialistas em máquinas ou em administração ou gestão do conhecimento, cada vez mais passamos a operar com signos, com imagens das coisas e, muitas vezes, o trabalho numa grande empresa é a imagem, é aquele cara que não sabe fazer nada, mas circula, gerencia, administra relações. A relação em si mesma passou a ser um valor. A imagem passou a administrar, invadir, colonizar o social. Pode-se dizer: será que não foi sempre assim? Sim, foi, mas psiquicamente, internamente, em escala individual. O problema é que isso saiu do indivíduo e se realiza por mídia. Portanto, as imagens se substancializam sem que se possa tocar nelas, elas solicitam somente a potência do olhar.
Em toda a modernidade do ocidente, o olhar se constitui como instrumento de poder. O que mudou contemporaneamente?
O poder de ver é transferido, se democratiza, já não se trata mais de se ver magnificado nos espelhos da grande casa burguesa, nos retratos, nas avenidas com que se racionalizaram as cidades. Essas estratégias oculares clássicas se transferiram para as máquinas de visão, o olhar de subjetividades dominantes ou dominadas se transferiu para os objetos técnicos, como os da medicina ou da diversão. Temos então uma paisagem onde o interobjetivo é mais forte que o intersubjetivo. O indivíduo é um elemento humano numa cadeia de objetos técnicos no sistema. O porteiro que controla a garagem é um elemento numa cadeia técnica. E isso transforma profundamente as relações na sociedade. Com relação à mídia, as máquinas de visão alargam o espaço público. O comício que era para alguns mil, vai para milhões. Mas a ampliação tecnológica reduz, por outro lado, a promessa do livre agir social. A representação se autonomiza. O poder não está mais onde achamos que está, se transferiu para a esfera técnica. A mídia traz a morte da política e da democracia representativa clássicas, passamos para a democracia plebiscitária.
Isso leva à seguinte questão: com a morte da formas clássicas de representação, com o enfraquecimento da sociedade civil, o que ocorre no plano social e político?
Acho que aquilo que os autores chamam de pós-sociedade civil é apenas um rótulo, penso que a sociedade civil continua, e o que vejo é a emergência daquilo que a idéia hegeliana de sociedade civil deixou de lado: a plebs, o resto, o que não se articulou institucionalmente para integrar plenamente o mundo do trabalho. É a massa. São os excluídos que aumentaram desmesuradamente com a globalização financeira do mundo.
Mas esse aumento não aponta para a barbárie, a violência, o crime?
Sem dúvida, é o que estamos assistindo. Não estou dizendo que a plebe é harmônica, quando ela nem tem ainda linguagem civil, só contra-linguagem – a violência é uma contra-linguagem. De qualquer modo, não nos esqueçamos de que não existe fundação de grupo social sem violência. A criminalidade urbana é insuportável porque a sociedade civil clássica não está preparada para lidar com a violência, a não ser em termos de guerra. Na criminalidade, como nas guerras étnicas só na aparência, está implicada uma rearrumação de território por instantes de soberania, que são instantes caóticos. As massas estão atravessando seu momento de soberania na forma mais insuportável, que é essa violência que não é só para obtenção de coisas, mas é de crueldade.
Acho estranho o caráter sombrio de seu diagnóstico, ante a sensação sutil que seu livro passa de que há saídas.
Eu concordo com a perspectiva do Milton Santos, que era a mesma do Michel Serres, de que a produção continuada de escassez, de precariedade nas condições reais do mundo, gera um saber. Esse saber é o que chamo de experiência – o constituinte, a nascente de toda ação. E o Estado, ou aprende com a plebe ou desaparece.
Existe uma preocupação sua com a ação prática do teórico da comunicação, não?
Entendo comunicação como uma filosofia pública, ou seja, voltada não apenas para a academia, mas com uma obrigação de compromisso de voltar-se também para o grande público, para explicar-lhe a mídia. A reflexão na comunicação é, assim, uma atividade comprometida com o real histórico, e não uma abstração inteiramente intemporal.