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Hipertensão

A genética da hipertensão

Um único gene é responsável por 90% da capacidade de dilatação dos vasos sanguíneos em pessoas. É o que mostra o doutorado de Rodrigo Gonçalves Dias, premiado como o melhor trabalho no último Congresso Brasileiro de Cardiologia. Ele caracterizou os genes de 287 voluntários e em 33 deles avaliou a vasodilatação induzida por exercício. Descobriu que pessoas com uma mutação específica nas duas cópias do gene da enzima óxido nítrico sintase endotelial (eNOS) têm a vasodilatação reduzida em torno de 90%, condição encontrada em 8% da população analisada. “Esse resultado pode explicar por que algumas pessoas são mais suscetíveis a doenças cardíacas como hipertensão, além de responderem de forma diferente a anti-hipertensivos”, explica Dias. Ele foi orientado por Marta Krieger, do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mas desenvolveu o trabalho no Instituto do Coração (InCor), sob supervisão de Carlos Eduardo Negrão e com a colaboração de José Eduardo Krieger. O achado, publicado na Physiological Genomics, ressalta a importância das mutações genéticas para explicar a variabilidade entre indivíduos. No futuro, o resultado poderá ajudar no desenvolvimento de terapias gênicas para suprir deficiências na enzima mutante.

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