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Jornalismo Científico

A lenta conquista do espaço na imprensa

Depois de cinco décadas, a ciência torna-se fonte usual de noticias no país.

Na virada da primeira para a segunda década do século XX, o abismo crescente entre o cientista e o leigo tornou-se tema corrente na imprensa norte-americana. Em 1919, relata Dorothy Nelkin em seu livro Selling Science, o New York Times publicou uma série de editoriais sobre a incompreensão do público a respeito dos novos desenvolvimentos na física e sobre as perturbadoras implicações para a democracia que decorriam do fato de apenas um punhado de pessoas poder entender importantes conquistas intelectuais. Segundo Nelkin, a teoria da relatividade, de Einstein, tornava-se nesse momento o símbolo da obscuridade, a ponto de Morris Cohen, amigo do cientista, ter afirmado para o Times que o desenvolvimento recente da ciência, envolvendo um maior domínio de técnicas complexas, significava, com efeito, “o retorno a uma barreira artificial entre o leigo não iniciado e o especialista”.

A barreira erguia-se também para os jornalistas. Mas, mesmo atordoados pela complexidade da ciência, diz Nelkin, eles estavam fascinados com o progresso que ela implicava, com seu potencial econômico e com as possibilidades de desenvolvimento tecnológico que abria – e com essa imagem a difundiam. Foi nesse contexto que Edwin W. Scripps, um magnata da imprensa, fundador de 30 jornais e de uma agência de notícias, criou, em 1921, o Science Service, a primeira agência de notícias sobre ciência nos Estados Unidos.

Scripps ironicamente considerava que os cientistas eram “tão terrivelmente sábios e tão estufados de conhecimento” que não compreendiam “por que Deus fez quase todo o resto da humanidade tão infernalmente estúpido”. De qualquer sorte, ele próprio percebia a ciência como base de um modo de vida democrático e, dadas as profundas mudanças sociais e tecnológicas do período, apostava que notícias sobre ciência seriam a partir dali perfeitamente vendáveis. Com essa convicção, juntou-se ao respeitado zoólogo William E. Ritter, atraiu a cooperação da Academia Nacional de Ciências e da Associação para o Progresso da Ciência, reuniu alguns destacados jornalistas e criou a agência de notícias que deveria traduzir ciência para que se tornasse inteligível “às pessoas comuns”.

Sem desconsiderar, obviamente, análises bem elaboradas sobre as razões econômicas – além de políticas e culturais – que explicam a extraordinária difusão dos feitos da ciência e da tecnologia norte-americanas para o mundo inteiro, essa pequena história parece ilustrativa do jornalismo científico nos Estados Unidos. Ajuda, certamente, a formar uma idéia sobre como ele foi ganhando peso e dimensão empresarial na imprensa do país. E fornece uma pista do porquê do forte sentimento favorável aos investimentos em CeT enraizado na opinião pública norte-americana – afinal, há muitas décadas ela vem sendo cultivada neste sentido.

Não há paralelismo possível entre esse quadro e a emergência do jornalismo científico no Brasil. Embora já em seu primeiro número, em 4 de janeiro de 1875, O Estado de São Paulo tivesse publicado uma “secção scientífica”, só no início da década de 60 o jornalismo científico começa a tomar uma certa configuração no país. Na década seguinte ele se organiza um pouco mais, para crescer de forma sensível a partir da segunda metade dos anos 80.

Atividade de gênios
Na verdade, a cultura brasileira era “marcada por uma visão arraigada de que a atividade científica é pertinente apenas aos gênios”, como observa o historiador de ciência Shozo Motoyama no primeiro capítulo do livro FAPESP: uma história de política científica e tecnológica. Nesse ambiente, pouco favorável à utilização da ciência como fonte usual de notícia e, mais ainda, de negócios, só em meados da década de 40 irá aparecer na imprensa um profissional cujo nome ficará ligado às origens do jornalismo científico no país: José Reis. Por muitos anos, ele permanecerá como um pioneiro solitário em seu campo, escrevendo sobre ciência em linguagem clara e defendendo as posições avançadas de pesquisadores e intelectuais que, contra toda a oposição política, insistiam na batalha pela montagem de um sistema de ciência e tecnologia no Brasil.

Na verdade, tratava-se de uma batalha iniciada, ainda que de forma incipiente, nos idos de 1919, mesma época em que a imprensa americana começava a dar bases empresariais ao jornalismo científico. Naquele ano, a Sociedade Brasileira de Ciências (atual Academia) manifestava-se em favor da criação de um conselho nacional de pesquisa que permitiria transformar o trabalho dos cientistas em atividade sistemática no país. Mas só em 1945 ela encontraria condições adequadas para levar mais longe essa luta pela constituição do CNPq – criado, finalmente, em 1951.

A Segunda Guerra Mundial terminara, ciência e tecnologia alcançavam um prestígio impressionante no mundo inteiro, adensara-se de certa maneira o pensamento pró-ciência no Brasil com o trabalho dos Fundos Universitários de Pesquisa para a Defesa Nacional, formados logo depois de o país ter entrado na guerra, em 1942, e tudo isso forjava um momento histórico favorável à quebra da oposição de grande parte da elite nacional ao projeto de estruturação de um sistema de ciência e tecnologia com financiamento público regular. Tanto assim que, além do esforço pela criação do CNPq (mais tarde Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), em São Paulo, na mesma época, os cientistas conseguem fazer introduzir na Constituição estadual de 1947 um artigo destinando 0,5% das receitas tributárias do Estado a uma futura fundação de amparo à pesquisa – que, entretanto, só 15 anos depois se tornará realidade.

Longuíssimas serão as discussões, as marchas e contramarchas no caminho de construção dessa fundação, cujo projeto original foi apresentado por integrantes do Partido Comunista (àquela altura colocado na ilegalidade), à frente Caio Prado Júnior. O que ocorre é que, a despeito da criação de alguns importantes institutos de pesquisa científica, e mesmo tecnológica, no país ainda no final do século XIX, a despeito da criação da USP e da Universidade do Brasil na década de 30 deste século e a despeito da industrialização que começa a tomar um rumo também nos anos 30, o ambiente brasileiro vai se manter rarefeito para a produção de CeT por muito tempo – e o que se passa no jornalismo é conseqüência.

Em 1941, conforme relato de Motoyama no livro sobre a FAPESP, o empresário Roberto Simonsen, um defensor incansável da industrialização, apresenta na IV Reunião da Associação Brasileira de Normas Técnicas, talvez numa provocação à auto-estima nacional, alguns números relativos à ciência e tecnologia nos EUA, naquele momento: são “mais de 30 bilhões de dólares investidos em pesquisas científicas, 2.200 laboratórios industriais, 100 universidades em íntima correlação com investigações científicas, 75 associações de classes com órgãos de pesquisa industriais, 600 laboratórios independentes e outros pertencentes a empresas, resultando em nada mais, nada menos que 50 mil invenções anuais”.

A reação nos anos 70
Em trabalho apresentado no segundo Congresso Ibero-Americano de Jornalismo Científico, realizado em Madri, em 1977, Marco Antonio Fillipi, então editor da seção Atualidade Científica, no Estado de S. Paulo, traça o seguinte resumo do que seriam os domínios do jornalismo científico brasileiro, entre o último quarto do século passado e o final da década de 40: “Sensacionalismo era a tônica, a mística imperava. Ciência e pseudociência se confundiam, da mesma forma que ciência e tecnologia. Jornalistas totalmente despreparados cometiam erros graves. Nenhum interesse havia por parte dos chefes de redação”.

Havia, é claro, exceções. Ele lista as seguintes: em sua luta pela criação da USP, no início da década de 30, O Estado de S. Paulo “abriu espaço à divulgação da ciência, recebendo a colaboração de expressivos nomes da ciência mundial”. E, em 1947, José Reis “inicia a publicação, pela primeira vez sistemática, de textos de divulgação” na Folha. Em sua visão, até o início da década de 60 o panorama não era animador, mas ocorre uma mudança significativa em 1963, quando O Estado de S. Paulo cria a seção Atualidade Científica, “destinada a dar ampla divulgação de temas científicos nacionais e estrangeiros e criar uma consciência pública para a importância da ciência. Vários cientistas-divulgadores são chamados a colaborar.

A seção chega a ocupar 21 colunas”. Era um momento, lembra ele, em que a corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética motivava o grande público “e, com ele, os periódicos, o rádio e a TV a tratar de assuntos científicos”. Essa espécie de euforia científica, que provoca a formação de editorias especializadas em muitos veículos, prolonga-se até a chegada do homem à Lua em 1969. Segundo Fillippi, nesses anos a ciência internacional é rotineiramente coberta por Visão, Manchete, Veja, Ciência e Vida, Planeta e Ciência em Fascículos.

Num outro trabalho apresentado para o mesmo congresso, a partir de pesquisa efetuada em 25 periódicos de todo o país, Júlio Abramczyk, 67 anos, médico e jornalista da Folha de S. Paulo desde 1960, mostra que apenas quatro publicações brasileiras – duas revistas semanais, Veja e Visão, e dois jornais diários, Folha e O Estado de S. Paulo – mantinham, em 1977, editorias de ciência e cobriam rotineiramente a área. Uma curiosidade que ele apresenta é que jornais como O Globo, do Rio, e Zero Hora, de Porto Alegre, que não dispunham de editores de ciência, publicavam rotineiramente uma coluna médica distribuída pela UPI e assinada por F. J. L. Blasingame, da Associação Médica Americana.

Os depoimentos dos jornalistas ligados a CeT mostram que foi nos anos 70 que os profissionais da área tentaram efetivamente dar uma certa organização à prática do jornalismo científico no Brasil. O conhecido jornalista espanhol Manuel Calvo Hernando, que viera ao país em 1972 dar um curso de extensão em jornalismo científico na USP (ver página 6), algum tempo depois convidou dois jornalistas do Estado de S. Paulo e dois da Folha para participar do I Congresso Ibero-Americano de Jornalismo Científico, que se realizaria em Caracas, em 1974. “Foi lá que Abram Jagle, Andrejus Corocovas, Nesse e eu começamos a pensar na formação da Associação Brasileira de Jornalismo Científico”, conta Abramczyk.

Em 1977, a ABJC estava formada e no ano seguinte foi registrada, com José Reis indicado como seu primeiro presidente. Seis meses depois, o decano dos jornalistas científicos demitiu-se da presidência, por problemas de saúde, e Abramczyk assumiu o cargo, no qual permaneceria por três gestões. “Durante essa época, elaboramos, em 1982, uma bibliografia de referência sobre jornalismo científico, publicada nos anais do I Congresso Brasileiro, com ajuda da FAPESP e do CNPq, e chegamos a fazer uma única edição dos Cadernos de Jornalismo Científico”, diz.

A ABJC, que começou com pouco mais de meia dúzia de jornalistas, conta hoje com cerca de 350 associados e tem cadeira cativa no júri do Prêmio José Reis de Divulgação Científica, promovido desde 1979 pelo CNPq. O esforço de valorização do jornalismo científico no Brasil empreendido pela ABJC é inegável. No entanto, entre associados e ex-dirigentes da instituição, sobram dúvidas sobre os reais resultados desse trabalho, que em sua avaliação poderiam ser mais palpáveis se a associação não enfrentasse contínuas crises de identidade.

“Como se diz na área de administração, você só cria uma empresa ou uma instituição forte com intuito persona, ou seja, com todos aqueles que têm a responsabilidade de conduzi-la imbuídos dos mesmos objetivos”, diz o jornalista Roberto Medeiros, presidente da ABJC no começo dos anos 90. O problema da associação, completa, é que às vezes ela é vista como entidade sindical, às vezes praticamente como uma entidade acadêmica, com a responsabilidade de promover cursos, seminários, etc., e outras vezes como uma entidade que deve apenas propugnar a excelência das práticas de divulgação científica, num viés claramente saudosista. Para Medeiros, a associação não deve ser isoladamente qualquer dessas coisas, mas uma instituição pluralista, com práticas e objetivos claros.

Anos depois da criação da ABJC, outras iniciativas já na década de 80 começam a configurar melhor o campo prático do jornalismo científico no Brasil. A SBPC lança em 1982 a revista Ciência Hoje (bimestral, de início, mensal, a partir de 1987), com artigos de divulgação da ciência produzida no país, escritos sobretudo por pesquisadores; em 1987, a Editora Abril lança a revista Superinteressante, voltada para um público jovem e na qual resultados da ciência universal são apresentados em seu caráter fascinante ou curioso; na mesma época o CNPq promove uma total renovação da Revista Brasileira de Tecnologia, título que mantinha desde os anos 60 e que a partir daí, feita por jornalistas, vai mostrar os resultados de pesquisas financiadas pelo Conselho em todos os campos do conhecimento; em 1990, a Editora Globo lança a Globo Ciência (atual Galileu), no mesmo veio da Superinteressante.

Os anos 90 vão encontrar editorias de ciência organizadas praticamente em todos os grandes jornais e revistas semanais da grande imprensa nacional. Em alguns casos, como o da Gazeta Mercantil, a editoria é de tecnologia, mas abre-se também generosamente a matérias sobre ciência. O espaço concedido à produção científica e tecnológica brasileira é muito variável de veículo para veículo – alguns abrem-se francamente a ela, enquanto outros continuam a manter-se a enorme distância, como se, em face do porte da produção internacional, e norte-americana em particular, a produção brasileira sequer fosse efetivamente fonte de notícia. A década vai também assistir à entrada da ciência internacional e nacional na televisão, em programas especializados como Globo Ciência, mas também nos noticiários normais.

Do chamado outro lado do balcão, organizam-se melhor as assessorias de imprensa de universidades,instituições de pesquisa e agências de fomento à pesquisa. Surgem e crescem os informativos, jornais e revistas dessas instituições, que vão contribuir para um processo de alimentação contínua da mídia.A década fecha com a informação científica por via eletrônica, produzindo alterações no jornalismo científico cujos efeitos são difíceis ainda de avaliar. No entanto, um jornalista como Júlio Abramczyk reclama mais informações das instituições brasileiras de pesquisa ou de apoio à pesquisa por essa via. “Por enquanto, as instituições estrangeiras estão muito à frente das nossas nessa forma de disponibilização das informações”, diz.

Valem ainda como registro do fim da década: a tiragem da Ciência Hoje, depois de ter atingido quase 50 mil exemplares, caiu para 15 mil; uma nova revista, Pesquisa FAPESP (originária do informativo Notícias FAPESP) alcança uma tiragem de 22 mil exemplares; no âmbito da grande imprensa, a Superinteressante apresenta uma tiragem de cerca de 350 mil exemplares e a Galileu, de 120 mil exemplares; e, dentre as revistas semanais, um destaque é obrigatório para o grande espaço concedido inicialmente pela Época (tiragem atual em torno de 900 mil exemplares), da Editora Globo, à editoria de ciência e tecnologia: cerca de 15 páginas, que caíram para em torno de 12.

Ciência e opinião pública
A despeito da notória expansão do jornalismo científico no Brasil, o país está a enorme distância da multiplicidade de títulos de livros e revistas, de esquemas de distribuição de informações, de pesquisas e sondagens de opinião que a divulgação científica gera nos Estados Unidos, por exemplo. Mas não há muito o que estranhar: afinal, os investimentos em CeT nos EUA estão na altura dos US$ 205 bilhões anuais, enquanto no Brasil não chegam a US$ 10 bilhões.

A sociedade norte-americana tem uma visão extremamente positiva de CeT, a que atribui papel central na influência que os EUA exercem sobre o mundo e em seu próprio padrão de vida. Assim, uma pesquisa de 1981 sobre o apoio público aos investimentos federais em PeD, patrocinada pela National Science Foundation e realizada por Jonh D. Miller e Kenneth Prewitt, mostrou que 90% do público que acompanha atentamente ciência acredita que seus benefícios superam largamente os riscos que ela cria. Isso é também verdade para 79% do público apenas interessado no assunto e para 66% do público que não dispensa maior atenção ao tema. O apoio manteve-se intocado na década de 90: um levantamento da NSF de 1994 mostrou que 68% da população crê que a ciência resolverá muitos problemas do mundo.

No Brasil, o quadro revelado pela única grande pesquisa de opinião já realizada sobre a imagem que a população urbana tem de CeT, em 1987, mostrou que mais da metade dela (52%) acha o país atrasado em pesquisa científica e tecnológica. Concebida pelo CNPq e pelo Museu de Astronomia e Ciências Afins e realizada pelo Instituto Gallup, a pesquisa informou que 71% dos brasileiros adultos das áreas urbanas tinham algum ou muito interesse por descobertas científicas. E os cientistas, em sua avaliação, ocupavam o quinto lugar entre os profissionais que mais contribuem para o desenvolvimento do país – atrás dos agricultores, industriais, professores e médicos.

Um idealista isolado

Aos 92 anos, José Reis é um símbolo vivo do trabalho de divulgação científica no Brasil. O médico carioca, formado pela Faculdade Nacional de Medicina, especializado em microbiologia e patologia pelo Instituto Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro, contratado pelo Instituto Biológico de São Paulo em 1929, experimentou suas primeiras possibilidades de explicar problemas científicos para um público não especializado escrevendo folhetos e artigos para seções agrícolas de jornais e, principalmente, colaborações sistemáticas para a revista Chácaras e Quintais, a partir de 1932.

Ele falava então, para granjeiros, das doenças, das pragas, dos muitos problemas e dos cuidados que deviam ser tomados na criação de galinhas. Mas sua atividade regular no jornalismo científico começa, de fato, em abril de 1947, quando ele passa a colaborar com as Folhas (da Manhã, da Tarde e da Noite), e desde então não mais interrompe esse trabalho. As Folhas tornaram-se o poderoso jornal Folha de S. Paulo e lá está, no caderno Mais, a cada domingo, a coluna Periscópio, do doutor José Reis – um profissional tão respeitado no jornal que se tornou seu diretor de redação de 1962 a 1967.

Em seu já longuíssimo tempo de trabalho, José Reis teve garra para batalhar, na primeira metade da década de 40, pela criação da FAPESP e, na segunda metade, pela criação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a SBPC, da qual foi o primeiro secretário-geral, em 1948. Fundou e tornou-se o primeiro editor da revista Ciência e Cultura da SBPC, em 1949 (até 1954 e, depois, de 1972 a 1985). Em 1958, aposentando-se do Instituto Biológico, fundou com outros dois sócios a editora Ibrasa-Instituição Brasileira de Difusão Cultural S/A, para lançar livros-fermentos que trouxessem idéias novas e provocassem debate.

Sua atuação na editora estende-se até 1978. Conquistou prêmios (Prêmio Governador do Estado de Jornalismo Científico, em 1962, Prêmio John R. Reitemeyer de Jornalismo Científico, da Sociedade Pan-Americana de Imprensa e União Pan-Americana de Imprensa, em 1964, Prêmio Kalinga, da Unesco, em 1975) e tornou-se nome do primeiro prêmio nacional de jornalismo científico, instituído pelo CNPq, em 1979. Tornou-se alvo e nome de um núcleo de estudos sobre divulgação científica na Escola de Comunicação e Artes da USP, em 1992.

Essa trajetória impressionante tem sido cumprida por um homem definido por aqueles que o conhecem mais de perto como extremamente discreto e suave. E que sem nenhuma dúvida mereceria o epíteto que ele, em agosto de 1988, num de seus artigos no Mais, atribuiu a cientistas e jornalistas que, há muitos anos, vêm fazendo a divulgação da ciência e da tecnologia e de sua importância para o desenvolvimento econômico, social e político do país: idealistas isolados.

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