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A Lua e os peixes

A Lua e os peixes do manguezal

Matthew Hoelscher / wikimediacommonsCardume de robalos (centro): maior na lua novaMatthew Hoelscher / wikimediacommons

A composição dos cardumes de peixes que usam os canais de maré dos mangues varia em número de espécies e em abundância de acordo com as fases da lua, concluíram pesquisadores coordenados por Mário Barletta, da Universidade Federal de Pernambuco (Journal of Fish Biology, janeiro de 2011). Em 12 canais de maré do estuário do rio Goiana, entre Pernambuco e Paraíba, eles coletaram 5.528 peixes de 46 espécies. O número de manjubas (Anchovia clupeoides), robalos (Centropomus pectinatus) e de outras 16 espécies variou com o ciclo lunar. Na lua nova o número de indivíduos e a massa total dos cardumes foram maiores. As luas cheia e nova tiveram grande influência sobre as manjubas, possivelmente devido à amplitude das marés (até dois metros). Na maré alta os parâmetros físico-químicos da água (salinidade, temperatura e oxigênio) nos canais do mangue assemelham-se aos da região costeira adjacente, permitindo o acesso de mais peixes. Já na vazante os parâmetros se diferenciam e os peixes retornam para o canal principal do estuário e região costeira.

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