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Botânica

A mãe de todas as flores

Hervé Sauquet e Jürg Schönenberger No centro desta reprodução artística, a flor ancestral das angiospermas atuais, que deve ter vivido entre 250 milhões e 140 milhões de anos atrásHervé Sauquet e Jürg Schönenberger

A ancestral das angiospermas (plantas com flores) atuais provavelmente tinha flores bissexuais e de simetria radial, com pelo menos 10 sépalas (estruturas semelhantes a folhas, externas às pétalas) e cinco carpelos (folhas modificadas que abrigam os óvulos da flor) arranjados em forma de espiral. As cores, formas e tamanhos da flor primordial, no centro da imagem acima, são criações artísticas, mas as informações sobre sua provável estrutura resultam de um estudo sobre evolução floral de angiospermas que reuniu botânicos da França, Áustria, Estados Unidos e Brasil (Juliana El Ottra, da Universidade de São Paulo). O estudo se baseou na análise da estrutura floral de espécies atuais e de fósseis e em dados filogenéticos moleculares de 792 espécies de angiospermas (Nature Communications, 1º de agosto). Apesar das incertezas remanescentes sobre alguns aspectos da reconstrução da flor primordial, esse estudo sugere as possíveis transformações das estruturas das flores ao longo da evolução com base em uma amostragem ampla e métodos de análise refinados. O ancestral comum mais recente das espécies atuais de angiospermas deve ter vivido entre 250 milhões e 140 milhões de anos atrás. Já o ancestral das plantas com sementes, que inclui as angiospermas e as gimnospermas (sem flores), deve ter vivido entre 350 milhões e 310 milhões de anos atrás.

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