Os baobás, árvores majestosas encontradas em uma ampla área das savanas africanas, estão morrendo. Entre 2005 e 2017, pesquisadores da Romênia, da África do Sul e dos Estados Unidos fizeram um extenso levantamento dos maiores baobás (Adansonia digitata) conhecidos. Os mais volumosos, que têm 500 metros cúbicos de madeira, e os mais velhos, com 2 mil anos de idade, residem no sul do continente. São as maiores e mais longevas árvores do mundo. Só foi possível estimar suas idades submetendo amostras dos troncos a uma nova técnica, a datação por radiocarbono feita por espectrometria de massas com aceleradores (AMS). O método tradicional, que envolve retirar um cilindro fino e contar os anéis de crescimento, não funciona por causa da curiosa arquitetura de seu caule, agora desvendada (Nature Plants, 11 de junho). O tronco do baobá não é único. Ele se ramifica a partir da base e forma um feixe de troncos com idades distintas. Aos poucos eles podem se fundir, originando o que aparenta ser um tronco único com uma cavidade no meio. Além do vazio na parte central da árvore, cada tronco costuma tornar-se oco por ataques de fungos, elefantes ou fogo. Foram estudados 60 baobás. Nove dos 13 mais velhos caíram mortos durante o período do estudo – um deles, conhecido como Panke, uma árvore sagrada no Zimbábue, tinha 2.450 anos de idade. Cinco das seis mais volumosas também morreram. Pragas estão descartadas como causa de morte. A hipótese mais provável é a redução da água no solo decorrente das mudanças climáticas.
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