pedro hamdanNão é preciso ser superdotado para ter ouvido absoluto, a capacidade de identificar apenas por meio da audição o tom em que se encontra um som. Essa faculdade pode ser desenvolvida e pessoas que apresentam maior proficiência musical (tocam um instrumento e leem notação musical) tendem a se sair melhor nessa tarefa. A conclusão é de um estudo feito por uma equipe do Instituto do Cérebro (ICe) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que aplicou um teste prático de reconhecimento de 36 notas tocadas aleatoriamente no piano e um questionário sobre educação musical em 200 alunos da Escola de Música da UFRN e em 30 músicos da orquestra da universidade (Frontiers in Neuroscience, outubro de 2016). Entre os alunos, 18% tinham ouvido absoluto, índice elevado em relação à população como um todo, mas bastante inferior ao apresentado pelos membros da orquestra (44%). Os participantes do trabalho que obtiveram melhores resultados nos testes geralmente começaram o aprendizado musical mais cedo do que seus colegas. No entanto, os pesquisadores refutam a ideia de que haveria uma idade ideal para iniciar o treinamento musical, uma espécie de janela de sensibilidade para desenvolver o ouvido absoluto.
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