Hoje nonagenárias, as fotógrafas Maureen Bisilliat e Claudia Andujar e a antropóloga Lux Vidal têm um forte vínculo com os povos indígenas do Brasil. Bisilliat, que foi pela primeira vez ao Parque Nacional do Xingu (MT) no início da década de 1970, lançou dois livros sobre as viagens: Xingu (Editora Práxis, 1978) e Xingu/Território tribal (Livraria Cultura Editora, 1979), este em parceria com os indigenistas Claudio Villas-Bôas (1916-1998) e Orlando Villas-Bôas (1914-2002).
O envolvimento de Andujar com a temática indígena não se restringe ao registro de imagens. Ela ajudou a fundar a Comissão pela Criação do Parque Yanomami (CCPY), nos anos 1970, que lutou pelo reconhecimento do território desse povo, em Roraima, homologado em 1992. Vidal, que é professora emérita da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), também contribuiu para a criação de várias organizações indigenistas, como a Comissão Pró-índio de São Paulo, em 1978.
Como mostra a exposição Trajetórias cruzadas, em cartaz no Centro MariAntonia da USP, em São Paulo, até fevereiro de 2025, a questão indígena é um dos pontos em comum no percurso dessas três mulheres, que nasceram na Europa e se radicaram no Brasil na década de 1950.