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botânica

A rainha das ninfeias

Exemplares de V. boliviana na natureza

Carlos Magdalena

Victoria boliviana é a mais nova espécie de ninfeia gigante reconhecida pela ciência. Também é aquela com as maiores folhas (de até 3,2 metros de diâmetro) entre essas plantas aquáticas com estruturas recobertas de acúleos (projeções parecidas com espinhos). Originária de rios da savana de Llanos de Moxos, na Bolívia, foi descrita por pesquisadores do Reino Unido e da Bolívia, com a participação do botânico brasileiro Alexandre Antonelli, dos Jardins Botânicos Reais, Kew (Kew Gardens). Antes dela, duas espécies de ninfeia do gênero Victoria eram conhecidas, descritas havia mais de 180 anos: V. amazonica e V. cruziana. Com distribuição ampla por rios amazônicos de cinco países, incluindo o Brasil, a primeira foi formalmente apresentada à comunidade científica em 1832 pelo botânico alemão Eduard Poeppig (1798-1868). O francês Charles D’Orbigny (1806-1876) reportou a segunda em 1840, encontrada na bacia do rio Paraná. O horticultor Carlos Magdalena, dos Kew Gardens, foi quem suspeitou da existência da terceira espécie. “Desde que vi uma foto on-line da planta em 2006 fiquei convencido de que era uma nova espécie”, afirmou ao site da instituição. Com a ilustradora botânica Lucy Smith e outros especialistas, ele analisou as características morfológicas de 233 exemplares dessas ninfeias, além do genoma de parte delas, e concluiu que a da Bolívia pertencia a uma nova espécie (Frontiers in Plant Science, 4 de julho).

Kew RBGCarlos Magdalena e Lucy Smith medem folha e o horticulturista Will Spoelstra (à esq.) observa flor de V. bolivianaKew RBG

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