Único mamífero que voa por conta própria, o morcego é um acrobata do ar: faz manobras bruscas, voa em condições turbulentas e paira no ar. Tanta habilidade não depende só do sofisticado sistema de localização espacial que funciona como um sonar. Parte do segredo está oculta em suas asas. Formadas por membranas que conectam os ossos correspondentes aos dedos, elas são recobertas por dois tipos de pelo: os longos e visíveis, que se concentram próximo a braços, pernas e cauda; e os microscópicos e rígidos, distribuídos sobre a superfície das asas. São os últimos que permitem aos morcegos os movimentos arrojados a baixa velocidade. Os micropelos funcionam como sensores do fluxo de ar, constataram pesquisadores dos Estados Unidos. O grupo liderado por Susanne Sterbing D’Angelo, da Universidade de Maryland, aplicou sobre os pelos microscópicos sutis jatos de ar com diferentes orientações e mediu os sinais que chegavam ao cérebro. Mais tarde, os pesquisadores repetiram as medições depois de aplicar creme depilador às asas dos morcegos. Em outro teste, eles registraram a velocidade de voo e os ângulos de manobra antes e depois da depilação. Morcegos depilados voavam mais rápido e faziam curvas mais abertas que os com pelos (PNAS). Os pesquisadores acreditam que os pelos microscópicos ajudam a detectar a perda de sustentação. Sem eles, os morcegos voam mais rápido para não cair.
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